Há quem pense que o Real Madrid só tem Marcelo, Casemiro e agora, Vinicius Junior de brasileiros. Em breve, vai contar também com a presença do já negociado Rodrygo, que deixará o Santos no ano que vem. No entanto, na categoria Pré-Benjamin do clube, dos nascidos em 2010, existe uma promessa canarinha: Miguel Marden Coppede .
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Esse garotinho de apenas oito anos de idade, natural de Goiânia (GO), compõe o grupo de 16 jogadores da equipe do Real Madrid , sendo o único estrangeiro entre os demais espanhois.
Essa história começou com o primogênito da família, Gabriel, que em 2013, com incompletos 14 anos de idade, jogava no Vila Nova-GO e queria se formar jogador na Espanha. O sonho começou a se concretizar quando ele e o pai, Antônio, foram a Madri. Lá, conseguiram um teste no Getafe e o filho mais velho teve a oportunidade de ficar.
A partir daí, seus pais reprogramaram a vida e decidiram embarcar para a Europa, já que a experiência transcultural já era um projeto da família. Lá se foram os Marden Coppede à Península Ibérica: Antônio (o pai), Angélica (a mãe), Gabriel, Miguel, Rafael e a caçulinha Isabel.
Para que Gabriel pudesse ser federado em qualquer equipe espanhola, os pais deveriam cumprir requisitos e tiveram que buscar assessoria jurídica. O processo até a federação durou árduos nove meses de espera. Nesse período, o garoto treinava mas não podia jogar.
Felizmente, depois de muitos esforços, conseguiram legalizar a situação. O primogênito pôde não desfrutar da experiência, como também abrir caminhos para seu irmão Miguel. O irmão do meio já começava a dar sinais de que seguiria os passos do mais velho e desde muito pequeno era apaixonado por bola.
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Com quatro anos de idade, Miguel começou num clube local, Ciudad de Getafe, na categoria chupetas. No ano seguinte, passou para o Getafe , onde ficou por dois anos. Lá, os torneios eram internos e por isso, ele foi disputar a liga madrilenha pela equipe Pré-Benjamin do Alhondiga, sendo assim, foi federado.
Convite do Real Madrid
Já quase no final da competição, a direção do clube informou aos pais que Miguel havia sido convidado para fazer um teste no Real Madrid. O convite foi motivo de muita alegria para a família. Afinal, o brasileiro foi observado e selecionado dentre quase 10 mil meninos.
Desde quando foi selecionado, até começar a jogar, Miguel também teve que esperar a liberação da Fifa . Enquanto isso, continuou jogando no Alhondiga com meninos de uma categoria acima da sua idade, até poder incorporar-se à sua nova equipe e pisar nos "campos reais".
Na verdade, segundo os pais Antônio e Angélica, para Miguel Marden Coppede, o fato de estar no Real Madrid, apenas significava que ele mudaria de time, que iria atuar por outra equipe. Hoje em dia, o garoto já tem a consciência de que estar ali é um privilégio e o que ele tem que fazer é desfrutar da experiência.
O patriarca da família ainda reforça que jogar no Real Madrid com oito anos de idade não significa ter um contrato profissional assinado, mas sim, aproveitar ao máximo do que o clube tem a oferecer, aprender tudo o que puder. É como estar em uma das melhores escolas de futebol do mundo, ter história para contar e ser feliz.
Antônio e Angélica apoiam a carreira no esporte, mas sempre deixam claro que ser jogador é um sonho e não um privilégio do filho. Os pais ainda enfatizam que milhões de crianças pelo mundo têm este mesmo sonho.
"Têm muita coisa para acontecer desde a infância até a idade de profissionalização. Nós decidimos apoiar, vivemos com ele esse sonho, abrindo mão de muita coisa para estar aqui. A decisão não foi fácil, pois tínhamos que pensar no bem estar do grupo", afirma a mãe. "Do nosso lado, existia o desejo de oferecer para eles um jeito de viver que fosse tranquilo e seguro, a possibilidade de conhecer outra cultura. E o futebol foi um bom pretexto", completa Angélica.
Com pés no chão, o pai ainda reafirma que apesar do destaque do filho dentro de campo, não deixam de lado a educação, quesito que permanece em primeiro lugar. "Enquanto pudermos, seguiremos apoiando nossos filhos no que quiserem fazer. Mas nosso papel, além de apoiar incondicionalmente, é o de oferecer uma visão real do mundo esportivo. Ao mesmo tempo, disponibilizar condições para que possam ter outras opções. Estudar é o princípio número um para nós, por isso, investimos em Educação", diz Antônio.
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"Miguel se destaca na escola, é muito dedicado e disciplinado e estamos felizes com seu desempenho acadêmico. Da mesma forma, estamos com seu crescimento no esporte que ele adora. Enquanto jogar for uma alegria para ele e ser um jogador de futebol o seu sonho, estaremos ao lado dele. Hoje a família toda é Real Madrid ", finaliza o pai.