O Ministério Público dos Estados Unidos pediu na última quarta-feira que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol José Maria Marin cumpra uma pena de 10 anos de prisão, além de pagar uma multa de pelo menos R$ 26 milhões.
O pedido do MP norte-americano, feito através do procurador Richard Donoghue, será avaliado e decidido no dia 22 agosto, em uma sessão liderada pela juíza Pamela Chan. Em dezembro de 2017, Marin foi culpado por seis das sete acusações contra ele por um tribunal de Nova York.
Ex-político e apoiador da ditadura militar no Brasil, o dirigente foi condenado por três crimes de fraude, ligados à Copa América, à Libertadores e à Copa do Brasil; por dois de lavagem de dinheiro, relativos à Copa América e à Libertadores; e um por organização criminosa.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo , o cartola poderia pegar até 24 anos de reclusão, conforme as leis dos Estados Unidos . No entanto, por ter 86 anos de idade, a Promotoria reduziu a pena para pelo menos 10 anos.
A defesa de Marin alega que a culpa do cartola foi exagerada e sua avançada idade e estado de saúde são razões para uma pena não tão alta. O ex-presidente da CBF está atualmente em prisão domiciliar, em um prédio de luxo no coração de Nova York.
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"Marin viveu um estilo de vida ativo e aparentemente desimpedido por sua idade avançada. Por exemplo, nos três anos anteriores à sua prisão, viajou pelo mundo, incluindo viagens para Brasil, Nova York, Londres, Miami, Suíça, Argentina, Las Vegas, Paris, Budapeste, Suécia, Tóquio e Paraguai", respondeu a Promotoria.
Ainda de acordo com o texto, o cartola brasileiro continuou a corrupção por "cobiça" e até hoje "não mostrou remorso por sua conduta". Além disso, a Promotoria alega que o dirigente "subestima a seriedade de seus crimes".
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Multa para Marin
A multa de US$ 6,6 milhões (cerca de R$ 26 milhões), que também foi pedida pela Promotoria, é o dobro da quantia que ele recebeu em propinas. A defesa de Marin , por sua vez, afirma que a multa não deveria ultrapassar US$ 2 milhões.