Atualmente no Catar, atacante Robinho já jogou no Marrocos e também no Vasco
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Atualmente no Catar, atacante Robinho já jogou no Marrocos e também no Vasco

Atuar no futebol do exterior é o sonho de muitos jogadores brasileiros, que visam fazer seu pé de meia com bons salários, além de ganhar mais conhecimento vivendo em locais de culturas diferentes. Mas nem sempre essa experiência é 100% boa, como conta o atacante Robinho , ex-Vasco, em sua passagem pelo Marrocos.

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Em entrevista exclusiva ao iG Esporte, o jogador de 30 anos de idade chegou a ser preso pelas autoridades do Marrocos por estar ilegal. "Fiquei com muita raiva na época, mas agora dou até risada. O povo marroquinho é apaixonado por futebol, mas a administração dos clubes é muito amadora, é bem complicado", contou o atleta.

"Nos outros países que eu trabalhei antes, Emirados Árabes e Portugal, os clubes sempre resolviam tudo em relação à documentação. E no Marrocos ninguém me falou nada do visto de trabalho e tal, perguntei para eles e disseram que iriam tirar em até três meses, período que eu não seria ilegal no país. E confiei neles", comentou.

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Arquivo pessoal

Robinho ao lado de Philippe Coutinho no Vasco

O perrengue aconteceu quando Robinho retornava do Brasil para o país africano. "Fui ao Brasil para resolver algumas coisas e, na volta, ainda no aerporto, os policiais me prenderam porque eu estava sem a documentação regularizada, estava ilegal. Fiquei desesperado, disse que era jogador e o policial até me reconheceu. Fui para uma salinha, mandaram eu tirar cinto, cadarço do tênis, pegaram meus pertences... depois eu já ia para ficar preso mesmo. E nisso consegui falar no clube. O presidente conversou com alguém e acabaram me liberando", lembrou.

Polêmica com taxista

Ainda morando em território marroquino, Robinho passou por mais um momento de apuro, dessa vez na companhia da namorada. "Eu não tinha carro e andávamos sempre de táxi. Um dia pegamos um taxista mais de idade, daqueles muçulmanos mais fechadões. Aí no banco de trás eu dei um selinho nela. O cara ficou bravo demais, começou a pirar, deu uma dura na gente. Era tudo em árabe e eu percebi que ele estava xingando. Minha mulher ficou vermelha na hora e começou a xingar também, mas em português. Fiquei assustado até, mas comecei a xingar. Pedi para descer naquela hora, bufando de raiva".

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"Mas a gente que estava errado, né? São as leis e cultura do país. Parei para pensar e temos que respeitar isso. No Brasil dar um selinho assim não é errado, mas lá é assim", admitiu o jogador brasileiro sobre o episódio.

Dentro de campo, tudo bem

Se fora de campo foram algumas situações constrangedoras, dentro dele correu tudo muito bem - ele atuou no Olympic Club de Safi . "Fui considerado o melhor atacante estrangeiro logo na minha primeira temporada. É um país difícil de lidar por causa da cultura e comida, mas dentro de campo deu tudo certo. Virei ídolo lá, chegamos a uma final inédita e ficou marcado na história. A torcida até pintou uma foto minha no muro do clube".

Torcida marroquina pintou a parede do clube com agradecimento a Robinho
Arquivo pessoal
Torcida marroquina pintou a parede do clube com agradecimento a Robinho

O começo de tudo

Antes de jogar no Marrocos, o atleta passou por  Al-Sharjah (Emirados Árabes) e União de Leiria (Portugal). Revelado nas categorias de base do Volta Redonda, no Rio de Janeiro, Robinho foi contratado pelo Vasco , em 2009, e depois defendeu as cores de Guarani, Boa Esporte e Madureira. Ele ainda teve uma segunda passagem pelo Vasco, em 2013.

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Arquivo pessoal

Robinho teve duas passagens pelo Vasco

"Minha base foi no Volta Redonda, minha cidade natal, até virar profissional. Fiz um Campeonato Carioca muito bom em 2009 pelo time, que tinha eu, zagueiro Dedé, atacante Caio, Junior Baiano, Preto Casagrande. Era um time legal", contou.

E a época do Madureira não foi das melhores. "Tive uma pausa na carreira, passei por momentos ruins. Foi uma sequência ruim de lesões, me desanimou bastante do futebol e pedi para diretoria rescindir meu contrato, precisava me cuidar e me tratar. Fiquei triste por causa disso", lembrou o atacante.

"Parça" de Dedé

A trajetória de Robinho, que na verdade é Robert Brito Luciano, se cruza com a de Dedé, experiente zagueiro do Cruzeiro. Parceiros de infância, o defensor foi determinante para volta por cima do atacante, convencendo o clube mineiro a dar estrutura necessára para o amigo se recuperar de lesão. 

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Arquivo pessoal

Robinho com Dedé no Vasco

"O  Dedé conversou com o pessoal do Cruzeiro e me levou para lá, fiquei no clube mineiro tratando como se eu fosse jogador deles. Fiquei novinho em três meses", comentou Robinho.

O atacante falou que mantém contato com o zagueiro até hoje. "A gente sempre se fala, nos conhecemos na escolinha, fomos para o Volta Redonda juntos, fomos para o Vasco juntos", comentou Robinho, que destacou as conversar que tinha com Dedé quando o amigo se machucou de forma grave, ficando mais de um ano afastado. 

"Nesse período ele sempre se mostrou confiante, é uma virtude dele. Nas duas vezes que voltou das lesões graves, voltou muito bem. O Dedé é um cara muito forte, tem garra, determinação, só quem o conhece tem noção. Ele procurava sobre a lesão na internet, conversava com as pessoas. É claro que ele não estava feliz por estar parado, é difícil, mas sempre teve certeza que era coisa de tempo para retornar", disse.

Atualmente no Catar

Robinho atualmente defende as cores do  Al-Mesaimeer , do Catar - ele chegou ao clube no meio de 2017. E o jogador brasileiro falou como anda a preparação do país asiático para receber a Copa do Mundo de 2022, além de comentar sobre o clima por lá.

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"As obras nos estádios estão a todo vapor, são excelentes. Na Copa vai ser uma coisa surreal", disse. "E aqui é muito quente. Em alguns segundos você já está suando. No verão é impossível sair na rua, os treinos só podem ser à noite. E mesmo assim é com temperatura de 40ºC, 38ºC. Durante o dia chega a 50ºC, não tem nem como explicar. Mas em novembro e dezembro (quando será disputado o Mundial) começa a ser mais frio, o mínimo bate 18ºC, talvez, e venta bastante. Para Copa o clima não vai ser problema não", avisou.

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Arquivo pessoal

Robinho atualmente joga no Catar

Mais apuros, dessa vez no Catar

O jogador brasileiro lembrou no bate-papo com o iG mais um episódio de apuros em sua aventura pelo exterior. "Aqui no Catar tudo é muito rígido, a lei funciona de verdade. Eu estava andando com minha esposa de carro e o policial mandou eu parar, dizendo que meu
veículo estava bloqueado", lembrou Robinho.

"Fui até a delegacia e tomaram meu carro, dizendo para eu pagar uma multa de R$ 1.100 e que eu podia buscar só em três dias. Só depois que me explicaram que, dois meses antes, eu tinha ultrapassado alguém pelo acostamento, a câmera pegou e bloquearam o carro. Aí o policial viu e apreendeu o veículo", finalizou o brasileiro, que tem muita história para contar da sua passagem por Marrocos e Catar.

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