Após o vexame da Itália ficar fora da Copa do Mundo de 2018, o presidente da Federação Italiana de Futebol (Figc, na sigla em italiano), Carlo Tavecchio , renunciou ao cargo nesta segunda-feira, uma semana após a seleção do país perder a vaga para a Suécia na repescagem europeia.
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A informação foi dada pelo conselheiro federal Marcello Nicchi na saída do encontro do Conselho Federal, realizada em Roma, e que debateria o futuro do futebol na Itália depois da eliminação da seleção tetracampeã mundial.
De acordo com os participantes do encontro, Tavecchio estava bastante emocionado ao anunciar sua renúncia. O agora ex-presidente ainda pediu que todos os conselheiros presentes fizessem o mesmo gesto para o renascimento do futebol italiano.
"As ambições e os conflitos políticos nos impediram de nos confrontar sobre os motivos desse resultado", disse sobre a não classificação da Itália, segundo fontes relataram à ANSA. "Errei. Então, vou para casa. Estou amargurado. Peço desculpas a todos os italianos", acrescentou ao sair da reunião.
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A saída vem após inúmeras críticas públicas de dirigentes, políticos e ex-jogadores, que pediam por uma renovação do futebol italiano.
Currículo
Tavecchio, 74 anos, assumiu o cargo em agosto de 2014, após vencer uma eleição interna, na terceira rodada, com 63% dos votos. Na disputa, ele derrotou o ex-jogador Demetrio Albertini, 46. O cartola já estava na Figc desde 1987, sempre atuando na gestão das categorias amadoras do futebol e foi presidente da entidade em 1999. Entre 2007 e 2014, era um dos vice-presidentes da Figc.
Durante sua gestão, ele protagonizou polêmicas, como os comentários racistas que fez sobre os jogadores estrangeiros que atuam no futebol italiano - que gerou uma investigação na Fifa.
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Seu nome sempre foi apoiado pelos maiores dirigentes de clubes do país, mas o episódio do racismo abalou sua confiança e ampliou o racha interno que já existia após a péssima campanha da Itália na Copa do Mundo de 2014, quando foi eliminada ainda na fase de grupos.
Tavecchio contratou dois técnicos: Antonio Conte, que deixou a Itália para dirigir o Chelsea, e Giampiero Ventura, o treinador responsável por não classificar a equipe para a Copa pela primeira vez em 60 anos.