Mesmo fora do São Paulo desde a última semana, o diretor Carlos Belmonte não escapou das críticas do comentarista Mauro Cezar Pereira sobre a gestão recente do clube do Morumbi.
O ex-membro da administração tricolor foi entrevistado durante a edição desta terça-feira (02) do programa Bate-Pronto, da rádio Jovem Pan, e teve um embate com o jornalista.
O comunicador iniciou comparando a atual situação do São Paulo com o que o Flamengo viveu no início da última década, mas afirmou que não vê perspectiva de mudança.
"O Flamengo devolveu o Wagner Love pro CSKA porque não tinha como pagar. O Flamengo recebeu dinheiro da Adidas para pagar imposto atrasado. O São Paulo, como outros clubes, contrata jogador caro. Você falou que o Oscar não teve multa, tudo bem, mas soma todo custo ao longo de três anos de contrato: são alguns milhões de euros", iniciou Mauro.
"O Flamengo devia quase R$ 800 milhões e arrecadava 200. Então, eu vejo vários dirigentes, acho que é o seu caso, também, sempre usando argumentos que, sinceramente, não convence ao torcedor. Porque não se vê perspectiva de mudança no São Paulo, essa é a realidade. O São Paulo virou coadjuvante e sinaliza que vai seguir coadjuvante. Eu chego a conclusão que não há um caminho, que o São Paulo vai continuar rodando em círculos sem sair do lugar. Qual o caminho pro São Paulo?", finalizou, questionando, MCP.
Em seguida, Belmonte respondeu o jornalista defendendo o seu trabalho, citando números financeiros, como o provável superávit com qual o clube irá fechar o ano de 2025.
"O trabalho que foi feito, do ponto de vista financeiro, é que nós devemos terminar esse ano com superávit na casa de R$ 50 milhões. A gente faz o movimento de começar o trabalho de redução de dívidas. Na próxima temporada esse caminho, os erros que a gente observou nessa temporada, tem que continuar. Nós temos que continuar sendo austeros, reduzindo o máximo possível a folha. Houve a redução na casa de 15, 16 milhões por temporada", revelou o ex-dirigente tricolor.
"Não é fácil, porque há contratos em vigor. Você tem que buscar a reorganização desses contratos. Jogador mais caros, não fazer renovação. Buscar jogadores mais baratos. Esse é o único caminho. Nós não temos outro caminho a não ser reduzir a folha gradualmente, não fazer contratações caras na temporada e reduzir a nossa dívida pouco a pouco. E mais do que isso: buscar o crescimento da arrecadação. Acho que a gente pode aumentar a arrecadação e no final da próxima temporada reduzir a dívida no final do ano que vem em 100, 150 milhões", concluiu Belmonte.
Saída
Após a goleada histórica sofrida para o Fluminense, na última quinta-feira (27), por 6 a 0, no Maracanã, o São Paulo comunicou a saída do diretor de futebol Carlos Belmonte.
O anúncio foi feito nas redes sociais do time na última sexta-feira (28). Outros dois dirigentes também deixaram os cargos no departamento de futebol.
"O São Paulo Futebol Clube informa que Carlos Belmonte Sobrinho, Nelson Marques Ferreira e Fernando Bracalle Ambrogi deixam de ter suas atribuições no departamento de futebol. O executivo Rui Costa e o coordenador Muricy Ramalho seguem no comando do futebol e planejamento para 2026.", diz o pronunciamento.
Segundo informações de bastidores obtidas pelo Portal iG, Belmonte já estava rompido com o presidente Júlio Casares há pelo menos um mês.