AeroFla: Mauro Cezar dá indireta e chama jornalista de
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AeroFla: Mauro Cezar dá indireta e chama jornalista de "imbecil"

O Flamengo está em Lima, no Peru, para a final da Libertadores, mas antes de chegar à cidade peruana, a torcida flamenguista deu um show nas ruas do Rio de Janeiro e empurrou a equipe até o embarque. Toda essa festa virou assunto, mas, para o comentarista  Mauro Cezar Pereira, da Jovem Pan, os jornalistas, segundo ele, “bairristas” utilizam argumentos xenofóbicos para desmerecer toda a celebração feita pelos torcedores do time carioca.

“Tem uma galera se doendo muito. Teve um coleguinha que disse que em São Paulo isso não seria possível porque em São Paulo as pessoas trabalham, alguma coisa assim. Esse elemento deve achar que no Rio de Janeiro todo mundo é vagabundo. Em São Paulo nunca houve uma manifestação em dia útil, nada? Isso é uma coisa até de xenofobia, só partindo de um imbecil para falar um negócio desse, ainda mais diante de um microfone. Queria ver ele falando isso na avenida Rio Branco, na Presidente Vargas, em um dia útil, com a galera correndo para lá e para cá trabalhando ou de manhã cedo, vindo de ônibus de Belford Roxo para o centro da cidade, do trem lotado, e falar que ninguém trabalhava. Enfim, fiz meu desabafo sobre os coleguinhas bairristas, cretinos e cheios de xenofobia”, falou o jornalista no programa Bate-Pronto, da Jovem Pan Esportes.

O apresentador da atração, Thiago Asmar, o Pilhado, até tentou descobrir para quem eram as falas de Mauro Cezar Pereira, mas ele não quis revelar e pediu para deixar o assunto para lá.

O Flamengo embarcou rumo a Lima para a disputa da final da Libertadores, e a torcida fez questão de demonstrar seu apoio antes do duelo tão importante.  Com isso, realizou o tradicional AeroFla, enquanto a equipe se deslocava para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.

Milhares de torcedores saíram às ruas do Rio de Janeiro para acompanhar o trajeto da delegação.  Em determinado momento, a empolgação dos flamenguistas foi tanta que alguns chegaram a "invadir" o ônibus que levava os jogadores. O momento foi capturado por diversos jogadores do Flamengo, como Wallace Yan, que gravou e publicou o momento em sua conta oficial no Instagram.

Apesar de não revelar para quem foram direcionadas suas declarações, uma fala que possivelmente gerou a revolta de Mauro Cezar Pereira foi a de Bruno Vicari e André Hernan, jornalistas da ESPN, que mais cedo, no programa Fala a Fonte, falaram da diferença cultural entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Bruno Vicari e André Hernan jornalistas da ESPN
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Bruno Vicari e André Hernan jornalistas da ESPN

“Acho que isso é cultural do carioca. Por exemplo, o AeroFla foi fantástico, isso dificilmente vai se repetir em São Paulo. Primeiro que não tem discussão que a torcida do Flamengo é a maior do Brasil, essa discussão não precisa existir. Mas o torcedor é mais festivo, é mais entusiasmado e dificilmente você vai ver a cidade de São Paulo parar. Porque o Palmeiras não fez isso? Entre aspas abriu mão disso. O Palmeiras saiu para Porto Alegre na segunda, e você não ia ver, numa segunda-feira de manhã, a cidade de São Paulo, a torcida do Palmeiras, parando por causa do time. O ritmo da cidade é outro”, comentou Bruno Vicari.

André Hernan relembrou como a torcida corintiana reagiu ao título da equipe na Libertadores: “Na final da Libertadores que o Corinthians foi campeão e foi o primeiro título do Corinthians. Não teve esse ‘AeroFla’ de Libertadores, teve do Mundial, que foi numa segunda à noite.”

“Esse acho que é o ponto, já era uma segunda à noite. Era na região que era o CT. Existe um pouco dessa diferença, que é cultural mesmo das cidades”, concordou Vicari.

André Hernan ainda citou outro caso, o retorno do São Paulo ao Brasil após conquistar o Mundial de Clubes em 2005: “Vamos para 2005, o São Paulo voltou campeão mundial e aí teve uma carreata de Guarulhos até o Morumbi, de carro aberto, tudo programado. Aí as pessoas iam parando pelo trajeto para ver o São Paulo campeão. A cidade de São Paulo culturalmente é diferente.”

“Além disso tudo, vale lembrar que o Palmeiras abre mão disso em troca da privacidade. Um exemplo: contra a LDU, a torcida fez um pedido pelo treino aberto. O que o Palmeiras fez? ‘A gente não vai abrir nosso treino, temos nosso plano, nossa estratégia e esse treino é importante que seja fechado’. Depois a torcida fez a festa antes do jogo, ali no período da noite já”, relembrou Bruno Vicari sobre a última vez que a torcida palmeirense pediu um treino aberto ao clube.

Nas redes sociais, os torcedores também demonstraram insatisfação com as falas dos jornalistas. Em uma publicação de Bruno Vicari, em sua conta no X, a torcida flamenguista mostrou seu incômodo nos comentários.

“Comentário infeliz sobre o carioca e o AeroFla, hein, Vicari, decepcionado, meu caro! Sempre o vi como um dos nossos melhores, uma pena”, escreveu um internauta. “Bairrista como sempre a ESPN”, comentou outro. Um terceiro perfil disse: “Que decepção da sua manifestação xenofóbica.”

Final

Neste sábado (29), o futebol brasileiro conhecerá seu primeiro clube tetracampeão da Libertadores. Palmeiras e Flamengo fazem a grande final da competição continental e lutam por seu quarto título do torneio. A bola vai rolar às 18h (horário de Brasília), no Estádio Monumental de Lima, no Peru.

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