Após a demissão do comando técnico do Fluminense, Fernando Diniz falou pela primeira vez sobre o assunto. Em entrevista coletiva organizada pelo seu staff, o treinador se emocionou com o que foi feito no Tricolor Carioca.
Com três títulos em dois anos de Fluminense, Fernando Diniz marcou o seu nome na história do clube com a conquista da Copa Libertadores.
"Estou muito mexido com a minha saída por tudo que representa o Fluminense e tudo que vivemos aqui. É uma entrevista para me despedir da torcida, já me despedi dos jogadores, dos funcionários e da diretoria. Quero me despedir da torcida e dos jornalistas. Com o carinho que sempre tive, um ou outro problema que foi resolvido. O Fluminense foi um grande presente na minha vida. Essa minha volta em 2022, conseguimos juntos uma coisa muito importante para o clube, torcida e para mim. Foi um casamento. Se não foi perfeito, foi quase. A Glória eterna, como tem a alcunha, mas a maneira como foi construído fica mais eternizado. O Fluminense chegou onde eu gostaria e merecia", - disse Diniz sobre passagem pelo Tricolor Carioca.
Questionado sobre a sua filosofia de jogo, o treinador explicou com o mais detalhes o que pensa sobre o assunto.
"Os jogadores são os que mais sofrem. Vai passando o tempo, você ganha maturidade e suporta um pouco melhor. O sistema trata jogadores de 16, 17, 18 como se fossem capazes de suportar avalanche de superficialidade. Entram como bode expiatório de uma sociedade que quer extravasar e encontrar culpados para viver melhor. Os jogadores não são treinados para suportar, tampouco vêm de famílias estruturadas para ajudá-los", - explicou sobre a filosofia de jogo.
Fernando Diniz ainda relembrou a curta passagem como técnico interino da Seleção Brasileira e afirmou ter ficado triste com a situação.
"Fiquei triste, não esperava a saída. Era um trabalho difícil de renovação. Fui julgado por seis jogos. Mas tinha muita confiança. Teve momentos de resultados ruins, mas sabia que ia trazer frutos bons, é uma convicção e era compartilhada internamente. A chance de dar certo era inexorável. A Seleção sempre morou em mim. Se um dia tiver que voltar, vai ser natural. Não foi obsessão, nunca tive plano de carreira. Se um dia for para estar lá, vai acontecer", - comentou sobre a passagem na Seleção Brasileira.
Sem o objetivo de trabalhar ainda em 2024, Fernando Diniz explicou que precisa de tempo para abastecer tudo o que aconteceu no Fluminense.
"Não pretendo trabalhar imediatamente. Nestes primeiros momentos, preciso descansar. Estou muito mexido com o que aconteceu. É um sentimento muito grande de gratidão pelo Fluminense. E muito grande de tristeza porque não queria que terminasse. É muita lembrança, muita emoção vivida para mim e para a minha família. Vai ficar marcado porque é assim que eu sou. Eu queria muito estar aqui de volta", - completou Diniz sobre o futuro da carreira.
Nesta segunda passagem, foram 149 jogos sob o comando do Fluminense, com 77 vitórias, 31 empates e 41 derrotas.
Confira abaixo uma galeria de fotos de Fernando Diniz:
