O técnico do Flamengo, Jorge Sampaoli, se manifestou sobre o caso de agressão de seu preparador físico Pablo Fernández ao atacante Pedro. Em publicação nas redes sociais, o treinador afirmou que o episódio o deixou "muito triste" e que não tem dormido "pensando em como ajudar Pedro e Pablo".
Ele iniciou o texto dizendo que não acredita na violência como solução. "Isso não nos leva a lugar nenhum. Nem na vida, nem no futebol. Ao longo da minha carreira, vi tantas lutas e elas sempre me deixaram com uma sensação de vazio. O que aconteceu ontem me deixou muito triste. Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam", escreveu.
Ele destacou, no post, que é o "condutor da equipe" e que "dói muito quando dois colegas de trabalho brigam". "Mais do que a violência. Os treinadores não se dedicam apenas à tática e à preparação dos futebolistas. Acima de tudo, trabalhamos para gerir grupos. Tentamos melhorar e cuidar das pessoas", continuou.
Ao falar sobre o atacante e o preparador, disse saber que eles "tiveram uma noite horrível". "E que, aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo."
Na madrugada deste domingo (30), Pedro foi até uma delegacia em Minas Gerais, onde registrou o caso na polícia e prestou depoimento.
Fernández também este no local e deu sua versão do ocorrido.
O atleta deixou a delegacia por volta das 3h30 e se encaminhou ao Instituto Medico Legal (IML), para fazer um exame de corpo de delito.
Pedro se manifestou nas redes sociais sobre o caso, que chamou de "covardia".
"Covardemente, sem motivo e inexplicavelmente, fui agredido, com um soco no rosto, por Pablo Fernandez, membro da comissão técnica do Sampaoli", afirmou o atacante em publicação nas redes sociais. "A covardia física se sobrepôs diante da covardia psicológica que tenho sofrido nas últimas semanas."
Veja o texto de Sampaoli na íntegra:
"Não acredito na violência como solução. Isso não nos leva a lugar nenhum. Nem na vida, nem no futebol. Ao longo da minha carreira, vi tantas lutas e elas sempre me deixaram com uma sensação de vazio. O que aconteceu ontem me deixou muito triste. Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam.
A história me mostrou que a única solução é a conversa. Mesmo quando errei ou vi o erro dos outros. Eu tenho fé na palavra. Que é uma forma de ter fé no ser humano. Porque a violência nos separa e a conversa nos une.
Quando eu era criança e comecei a jogar futebol, as brigas dentro e fora do campo eram muito comuns. Assim como muitas coisas no mundo mudaram para pior, algumas mudaram para melhor. A violência é menos aceita a cada dia como forma de resolver as coisas. É uma transformação que levará tempo. Não será de um dia para o outro. Todos nós temos o direito de cometer erros. Porque temos a possibilidade de nos transformarmos. Para ser melhor.
Eu sou o condutor desta equipe. Me dói muito quando dois colegas de trabalho brigam. Mais do que a violência. Os treinadores não se dedicam apenas à tática e à preparação dos futebolistas. Acima de tudo, trabalhamos para gerir grupos. Tentamos melhorar e cuidar das pessoas.
Não tenho dormido pensando em como ajudar Pedro e Pablo. Sei que vocês dois tiveram uma noite horrível. E que, aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo."