O presidente da UEFA , Aleksander Ceferin, foi incisivo sobre a criação da Superliga Europeia , criticou os clubes envolvidos e ainda afirmou que os jogadores que participarem do torneio podem ser impedidos de representar suas seleções nacionais. As informações são do jornal português "A Bola".
"Os jogadores que participarem dessa competição não poderão representar a seleção e nem participar de campeonatos Europeus e Mundiais. Todas as confederações estão de acordo nisso, temos do nosso lado as federações inglesa, espanhola, italiana e a FIFA", disparou o presidente Ceferin.
Além disso, também nessa segunda-feira (19), a UEFA anunciou uma mudança no formato da Liga dos Campeões, que agora passará a ter 36 equipes.
"Preparamos uma Liga dos Campeões
moderna e atrativa, na qual todos podem participar e ganhar", declarou o presidente da UEFA
sobre a decisão.
Mesmo assim, ele ainda voltou a criticar a criação da Superliga
.
"A classificação para as competições europeias deve teve como base o mérito e que todos possam competir contra todos. Todos estamos contra este movimento", afirmou.
Quando questionado sobre a ligação da criação do torneio com a pandemia de COVID-19, como alguns dirigentes de clubes envolvidos já haviam declarado, ele negou.
"Esta ideia não é de agora, já tem uns anos, não tem nada a ver com a Covid-19. Foi sendo cozinhada por pessoas como Florentino Pérez (presidente do Real Madrid) e Andrea Agnelli (presidente da Juventus). Isso tem a ver com a ganância de alguns. Confio nos clubes de França e Alemanha, que resistiram a esta tentação. Nem todo o futebol é corrupto", respondeu Ceferin.
O dirigente ainda garantiu que a Champions League poderá avançar sem os 12 clubes envolvidos: Milan, Inter de Milão, Juventus, Arsenal, Liverpool, Chelsea, Manchester City, Manchester United, Tottenham, Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid.
- Há muitos clubes bons na Europa. Vamos fazer a Liga dos Campeões com ou sem eles - finalizou.
ENTENDA A SUPERLIGA
Até o momento, os participantes da nova Liga são Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, pelo Big Six inglês. Na Espanha, Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid fazem parte da cúpula. Pela Itália, Inter de Milão, Juventus e Milan concluem o grupo. Outros três clubes são aguardados para dar início ao torneio.
O molde do torneio giraria em torno de 20 clubes, dentre os quais 15 são os fundadores. As partidas ocorreriam nos meios de semana e as equipes seguiriam participando de seus campeonatos nacionais, conforme o calendário tradicional. Em um modelo parecido com o da NBA, os grupos seriam divididos em dois, cada um com 10 integrantes, dentre os quais três avançariam diretamente às quartas de final.
Os clubes que terminarem a primeira fase em quarto e quinto de seus grupos, disputarão entre si, em dois jogos, quem assume as vagas restantes. Assim como na Liga dos Campeões, os confrontos pela fase inicial e playoffs seriam de ida e volta. A final, todavia, será disputada em jogo único e local neutro.
Segundo o comunicado emitido pela organização da Superliga, a ideia central é elevar o patamar do futebol europeu.
"Proporcionará um crescimento econômico significantemente maior e apoio ao futebol europeu por meio de um compromisso de longo prazo com pagamentos de solidariedade ilimitados que crescerão de acordo com as receitas da Superliga
", afirmou o comunicado da Superliga
"Estes pagamentos de solidariedade serão substancialmente mais elevados do que os gerados pela atual competição europeia e deverão ser superiores a € 10 bilhões durante o período de compromisso inicial dos clubes", concluiu.
Ainda sobre pagamentos, a Superliga prometeu uma base financeira por volta de € 3,5 bilhões para os clubes fundadores compensarem os prejuízos pela pandemia da Covid-19 e melhorarem suas infraestruturas. Caso o valor se confirme, seria superior aos pagos pela Uefa em todas suas competições (Liga dos Campeões, Liga Europa e Supercopa Europeia).
Já Andrea Agnelli, vice-presidente da organização, e presidente da Juventus, afirmou que a Superliga aumentaria a solidariedade entre os clubes, e tornaria o esporte mais atraente para os fãs.
"Nossos 12 clubes fundadores representam bilhões de fãs em todo o mundo e 99 troféus europeus. Nós nos reunimos nesse momento crítico permitindo que a competição europeia se transformasse, colocando o jogo que amamos numa base sustentável para o futuro a longo prazo, aumentando substancialmente a solidariedade e dando aos torcedores e jogadores amadores um fluxo regular de jogos de destaque que irão alimentar a sua paixão pelo jogo e, ao mesmo tempo, fornecer a eles um modelo atraente", disse o italiano.