O presidente do Superior Tribunal de Justriça Desportiva, Otávio Noronha, aceitou o pedido da procuradoria para abrir inquérito com intuito de apurar a existência ou não de injúria racial do meia Ramírez, do Bahia , contra Gerson, do Flamengo .
A corte, inclusive, sorteou o relator do Pleno que será responsável por conduzir os trabalhos: o auditor Maurício Neves Fonseca. Cabe ao relator do inquérito intimar os envolvidos - e qualquer pessoa que achar pertinente - para prestar depoimento. Após a conclusão do inquérito, Fonseca deverá dizer se recomenda ou não abertura de processo disciplinar. Para o procedimento, ele terá 15 dias, podendo pedir mais 15 de prorrogação.
Gerson deixou a partida entre Fla e Bahia, no Maracanã, em 20 de dezembro muito revoltado, apesar da vitória de virada por 4 a 3. Segundo ele, o jogador colombiano disse "cala boca, negro" durante o segundo tempo, quando a partida estava 2 a 1.
Ainda em campo, Gerson discutiu com o técnico Mano Menezes, que rebateu dizendo que o jogador do Fla estava de "malandragem". Ramírez se defendeu posteriormente, alegando que não ofendeu Gerson.
O Bahia conduziu uma investigação própria, chegou a afastar Ramírez, mas o reintegrou. Em nota, o clube disse que "os laudos das perícias em língua estrangeira contratadas pelo Bahia não comprovam a injúria racial e o clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Indio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes".
Além da esfera desportiva, há uma investigação em curso por parte da Polícia Civil do Rio . Gerson foi depor dias depois da partida.