Primeiro jogador do Fluminense a conceder entrevista coletiva neste retorno do futebol carioca, o volante Hudson externou as preocupações do elenco. Na semana passada, os atletas tricolores divulgaram um manifesto no qual se posicionavam de forma contrário à volta do Campeonato Estadual. Mas não teve jeito. No domingo, o time entrará em campo para enfrentar o Volta Redonda, pela quarta rodada da fase de classificação da Taça Rio .


Campeonato carioca foi o primeiro a retornar no Brasil
Celso Pupo/Fotoarena/Agência O Globo
Campeonato carioca foi o primeiro a retornar no Brasil


- É muito difícil façar de porcentagem (em que estarão na partida). Até porque a gente teve um período de treinos em casa, mas eram aleatórias as condições de treino de cada atleta. Tinha jogador que treinava numa varanda, tinha outro que treinava num espaço maior. Alguns conseguiam um gramado de society. Então cada um está em uma forma diferente. É uma incógnita como o Fluminense vai performar em questões fisicas, de quem vai aguentar mais ou menos. Com dez dias de volta não dá para ter uma base fisica que iguale todos os jogadores de maneira homogênea.

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O Fluminense anunciou que respeitará a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (determinou que tricolores e alvinegros joguem a partir do próximo domingo), mas solicitou à Ferj para que seu jogo seja transferido do Maracanã para o Nilton Santos. Atuar ao lado do hospital de campanha para pacientes com Covid-19, no momento em que o país registra mais de mil óbitos por dia, não é visto com bons olhos pelos jogadores. A federação ainda não respondeu ao pleito.

- A gente está tendo que se readaptar e tentar encaixar isso tudo de forma que, nos treinos e no primeiro jogo, possa desempenhar bem, como o Fluminense precisa. Mas é lógico que é muito difícil. Você pensar nas pesosas e, enquanto isso, a gente jogando futebol. É um esporte que comove o país inteiro, paixão de milhares de torcedores. E parece que estamos jogando sem nada acontecer lá fora. Maior exemplo é o Maracanã, que tem um hospital de campanha dentro do complexo. A gente fazer um gol tendo uma pessoa morrendo do lado é, no minimo, estranho. É não ter humanidade, não pensar no próximo. A gente tem muita noção do que se passa quando acontece perto da gente, com um familiar. E, talvez, as pesosas responsáveis pelo calendário não estejam pensando com uma maior humanidade possivel, mas com interesses externos e internos. Mas somos jogodores de futebol e vamos ter que superer tudo isso para estar em campo e performar muito bem.

Além desta quarta, o Fluminense tem mais três dias de treino antes do confronto com o Volta redonda. Ao todo, serão nove dias de atividades até a partida de domingo. Caso tivesse entrado em campo na segunda, como inicialmente fora planejado pela Ferj, o elenco teria tido apenas três dias de treinamento.

- A gente sabe que no jogo não tem como se poupar, tem que dar o máximo. E isso exige muito dos atletas. Ainda mais hoje em dia, que o esporte é muito mais físico do que antigamente. A nossa preocupação é essa, mais de três meses parados, imagina voltando a jogar com menos de dez dias? Com o corpo se adaptando ainda à bola, ao gramadio, ao contato fisico, a todas essas situaçãoes que só o treino presencial pode preparar o corpo do atleta, e já termos que jogar um jogo decisivo de Carioca? Na nossa pré-temporada, que ficamos 30 dias de férias, na primeira semana tivemos várias lesoes msuculares. Então imagina há mais de 90 dias parados e voltar em dez. E isso porque queriam que a gente voltasse antes. Um desgaste completamente desnecessario para que o bom senso prevaleça. Mas a nossa preocupação continua. Dez dias são poucos de preparação. Não há como negar. Mas vamos ter que superar mais uma vez - completou Hudson.

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