A segunda parte do arbitral da Série A do Carioca terminou sem acordo. O desejo de Fluminense e Botafogo foi superado pela força dos outros clubes do estadual, no bloco formado por Flamengo, Vasco e os pequenos.
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A reunião sacramentou que o Flamengo e Bangu vão se enfrentar nesta quinta-feira, na retomada da competição, no Maracanã, às 21h. E manteve na próxima segunda-feira as partidas de tricolores e alvinegros, a contragosto de ambos.
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Vencidos no voto, os presidentes de Fluminense e Botafogo prometem recorrer à Justiça Desportiva para não entrarem em campo e evitarem o W.O nos dois jogos da Taça Rio que restam. O presidente do TJD-RJ, Marcelo Jucá, participou dos dois dias de reuniões.
- Ignorando os riscos da pandemia e mesmo o risco de lesões aos atletas por falta de tempo adequado ao treinamento, o arbitral optou por manter sua posição imprudente, estabelecendo as datas de 22 e 25 de junho para o Fluminense. Sendo assim, não resta outra alternativa ao clube senão buscar as medidas na justiça desportiva para fazer valer o que é certo. Ou seja, remarcar a data de nossos jogos para julho - disse o presidente do Flu, Mário Bittencourt.
Tabela acertada
Quinta - 21h - Flamengo x Bangu - Maracanã
Sexta - 15h30 - Portuguesa x Boavista - Arena da Ilha
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Domingo - 16h - Vasco x Macaé - São Januário / 15h45 - Madureira x Resende - Conselheiro Galvão
Segunda - 17h - Botafogo x Cabofriense / 21h30 - Fluminense x Volta Redonda
Reunião intensa
O clima do encontro desta terça-feira à noite foi bem mais tenso do que se viu na noite anterior. A reunião de segunda foi tão longa que os dirigentes decidiram fazer um novo debate no dia seguinte. A ideia era verificar se seria possível conjugar os interesses dos dois lados.
O Fluminense, por exemplo, bateu o pé a respeito do desejo de só entrar em campo após o dia 29. Os resultados dos exames feitos no elenco tricolor devem sair na quinta-feira. A projeção é que os treinos só sejam retomados na sexta. Assim, não há tempo suficiente para colocar os jogadores em forma, após três meses de paralisação, para entrarem em campo na segunda-feira, contra o Volta Redonda. A tentativa do presidente Mário Bittencourt foi conseguir mais dez dias de treinos, mas ele não foi atendido.
Desde a véspera, Mário já tinha dito que buscaria a Justiça, se fosse necessário, para adiar o jogo tricolor. No outro lado do debate, os clubes estavam ressentidos com o Flu, já que foi opção dele não reiniciar as atividades ao mesmo tempo que os outros. O próprio presidente da Ferj, Rubens Lopes, chegou a comparar Fluminense e Botafogo a maus alunos que não estudam para uma prova e pedem adiamento dela.
O Botafogo engrossou a fileira da tentativa de postergar o retorno aos jogos. O alvinegro já detectou cinco casos de contaminação com coronavírus no elenco e aguarda o resultado de toda a bateria de testes na sexta-feira. Os treinos devem voltar no sábado, antevéspera do confronto com a Cabofriense. Carlos Augusto Montenegro, membro do conselho gestor do futebol do Bota, participou do arbitral ao lado do presidente Nelson Mufarrej, citou as dificuldades e também ressaltou a indisposição de colocar o time em ação.
Um dos representantes do Flamengo na reunião foi Cacau Cotta, diretor de relações institucionais do clube. Em determinado momento, ele subiu o tom e falou de forma mais dura em direção aos dirigentes de Fluminense e Botafogo.
Ponderação do Vasco
Alexandre Campello, presidente do Vasco, chegou a ponderar em prol de uma flexibilização das datas para evitar um choque ainda maior com Fluminense e Botafogo. Mas a medida em que o tempo foi passando, o acordo idealizado no início tornou-se cada vez mais distante.
- O Vasco propôs um acordo sensato. Ou chegamos a esse acordo ou cada um seguirá seu caminho e arcará com as consequências - contou Carlos Augusto Montenegro ao GLOBO, dizendo que Campello sugeriu jogos em 28 de junho e 1º de julho