Três brasileiros, dois Paulistas, Copa do Brasil, Libertadores da América, Mundial de Clubes e Recopa Sul-Americana. O goleiro Júlio César é um dos jogadores mais vitoriosos da história do Corinthians . Hoje titular no Red Bull Bragantino, o jogador não hesita ao defender o ex-companheiro Cássio , que sofria duras críticas antes da paralisação do Paulistão.
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Parceiro de elenco do titular do Corinthians entre 2012 e 2014, Júlio lembra do histórico de conquistas do arqueiro e o coloca como o maior de todos os tempos. “O Cássio é o maior goleiro da história do clube, pelos títulos e, logo, será aquele com mais jogos. Com todo respeito aos outros, como Ronaldo e Dida, que tenho o maior carinho, os títulos mais importantes foi ele que ganhou. No Corinthians é assim. Sempre tem pressão, cobrança e ele já está acostumado. É só um momento e, pelo grande goleiro que é, logo estão o pedindo na seleção de novo. O Cássio é amigo, companheiro e sincero. É um cara que só quero o bem e desejo coisas boas”, afirma, em entrevista exclusiva ao iG.
Vivendo uma grande fase e apontado como um dos pilares da classificação do Bragantino no Paulistão, Júlio não mostra a mesma confiança que deposita em Cássio quando o assunto é a retomada do Paulistão . Mesmo com o seu time garantido nas quartas de final, o goleiro não acredita que a competição voltará esse ano. “É difícil o campeonato voltar, infelizmente. Nossa sequencia era boa, o time estava embalado, sabia o que queria e estava conseguindo as vitórias. É uma pena, mas, acho que o calendário não vai permitir que tenha o Paulistão de novo”, diz ele.
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Com 17 pontos, o Bragantino não pode mais ser superado por Corinthians e Ferroviária, que estão fora do G-2. As duas equipes possuem 11 pontos e, embora, possam chegar aos mesmos 17, não superam a equipe de Bragança no número de vitórias (cinco contra dois). O Grupo D ainda tem o Guarani na segunda posição com 16 pontos. Caso o Paulistão volte, por outro lado, Júlio coloca o RB Bragantino entre os candidatos ao título e não teme uma disputa com os grandes da capital.
“Temos que respeitar cada um, mas, o que o clube faz, a organização e a estrutura e tudo que dá para gente é sempre pensando no melhor. Tem que pensar em brigar com os grandes e, quem sabe, beliscar alguma coisa”, diz ele, apoiando, porém, a decisão da parada. “No momento, o principal é cuidar da saúde e dos familiares. É triste ficar sem trabalhar por um longo período, mas é o que tem que ser feito”.
Quando se trata da pandemia, aliás, o goleiro está fazendo a sua parte e participa de duas campanhas de arrecadação. A primeira é o “Amigos Contra o Corona – Caraguatatuba”, que busca arrecadar R$ 10 mil para comprar cestas básicas e produtos de higiene para famílias carentes. Para a causa, o jogador doou uma camisa autografada, que será sorteada entre aqueles que apoiarem. Júlio também está ajudando, com uma camisa do RB Bragantino, do “Desafio Corona”, que une jogadores e ex-altetas de todo o mundo com o objetivo de captar recursos que auxiliarão no combate.
Aos 35 anos, o jogador garante que ainda não pensa em aposentadoria e alega que está se preparando fisicamente para jogar até os 40. Mesmo assim, não está parado fora dos campos. Além de leituras, planeja, em até dois anos, fazer o curso da CBF. Ainda sem definir qual área pretende seguir no futebol, aponta que já tem uma preferência e vislumbra uma possível volta ao clube que o revelou, mas, numa nova função.
“Quero trabalhar no futebol e a área de gestão é uma que tenho vontade. Quem sabe um dia possa retornar ao Corinthians . Como atleta acho difícil, pelos goleiros que tem e pela minha idade, mas, que no pós-carreira possa trabalhar lá. Seria um prazer”, revela ele, opinando sobre a fase ruim do seu ex-clube. “Nem todo time consegue fazer sequências de anos bons. O Corinthians vem de títulos e esse ano não tem sido legal, também pela mudança de treinador e de estilo. Demora um tempo para adaptar. Mas, não tenho dúvida que os jogadores vão entender e conseguir as vitórias”.