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Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro
Reprodução / Cruzeiro
Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro

Um estudo realizado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, em Brasília, revelou o tempo necessário que os clubes brasileiros levariam para quitar todas as suas dívidas. Há anos, clubes e órgãos de vários governos, em todas as esferas, vem tentando encontrar meios de zerar o débitos das agremiações, que em seus estatutos, são entidades sem fins lucrativos, mas movimentam milhões de reis por ano.

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O dado que mais chamou a atenção foi a conclusão sobre o Cruzeiro . O estudo concluiu que a Raposa levaria 200 anos para quitar todas as suas dívidas , estimadas em R$ 575 milhões, com base no seu balanço financeiro de 2018. O levantamento também esmiuçou as finanças de times das Séries A e B.

O resultado publicado pelo levantamento consideram não só o volume da dívida, mas como elas se originaram, o que vem sendo feito para reduzir déficits e até o modo de gestão de cada time.

O Cruzeiro leva a pior nesses quesitos, inclusive em relação ao seu maior rival, Atlético, que tem uma dívida maior, R$ 652 milhões, mas teria como zerar as pendências em 29 anos.

O estudo foi encomendado à Consultoria Legislativa a pedido do deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), que é autor do Projeto de Lei para tornar clubes em entidades empresariais, como já prevê a Lei Pelé, criada nos anos 1990. O projeto do deputado cria incentivos para que os clubes deixem de ser associações sem fins lucrativos se tornem sociedades anônimas ou limitadas, abrindo a possibilidade de investimentos externos e sócios nos times brasileiros.

Outro dado do estudo que desfavorece ao Cruzeiro é que a Raposa é o terceiro do país que mais compromete suas entradas de receitas com folha de pagamento. O time mineiro gasta 69% do que arrecada com salários e fica atrás apenas de Sport (75%) e Chapecoense (74%).O Galo gasta com pessoal 53% da receita, segundo o estudo.

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Fazendo uma comparação, é como se os clubes fossem geridos financeiramente como o poder público, que tem pouco poder de geração de caixa e ainda gasta quase tudo que arrecada com o funcionalismo. Somente o Estado de Minas Gerais consome 76% do seu orçamento anual para pagamento de salários. 

Todavia, o estudo apontou que, mesmo endividados, os clubes brasileiros são atrativos para investidores internos e estrangeiros. 

O estudo elaborado pela Consultoria Legislativa tem base nos relatórios “Finanças dos clubes brasileiros em 2018”, feito pela Sports Value, e da "Análise Econômico Financeira dos Clubes de Futebol em 2018", do Itaú BBA.

Confira os anos necessários para que os clubes paguem seus débitos

São Paulo - 2 anos

Grêmio - 2 anos

Palmeiras - 3 anos

Goiás - 3 anos

Flamengo - 3 anos

Vasco - 6 anos

Corinthians - 7 anos

Fluminense - 9 anos

Bahia - 9 anos

Vitória - 10 anos

Sport - 10 anos

Coritiba - 11 anos

Internacional - 11 anos

Athletico-PR - 15 anos

Atlético-MG - 29 anos

Botafogo - 34 anos

Cruzeiro - 200 anos

Santos e Chapecoense - não conseguiriam pagar suas dívidas

Fonte dos dados: Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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