Torcedor segura faixa contra o racismo no futebol
Gazeta Press
Torcedor segura faixa contra o racismo no futebol

O Observatório da Discriminação Racial no Futebol divulgou que seu Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, do ano de 2017, será liberado em breve. Em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) o estudo mostra crescimento de casos de racismo, machismo, homofobia e xenofobia no esporte brasileiro.

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No período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2017 foram monitorados ao todo 77 casos de preconceito e discriminação em dez estados do Brasil. Destes, 69 ocorreram em território nacional e oito com atletas brasileiros no exterior. Em relação ao futebol, foram 43 denúncias de racismo , dez de LGBTfobia, cinco de machismo e três de xenofobia.

Outro dado importante foi divulgado pelo colunista Diogo Olivier, da Gaúcha ZH. Segundo ele, o relatório traz a conclusão do primeiro julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sobre caso de homofobia no futebol. O réu em questão era o time do Paysandu, do Pará.

A denúncia foi baseada na confusão após a partida contra o Luverdense, no dia 30 de junho de 2017. Alguns torcedores do time paraense foram tirar satisfação com membros da organizada Alma Celeste, que faz campanha contra a homofobia, e os agrediram.

O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê punição para “ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. Porém, o Paysandu foi absolvido.

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O Observatório foi criado por Marcelo Carvalho ‘devido a grande incidência de casos de intolerância racial’, como diz em seu site oficial. O objetivo do grupo é monitorar e divulgar, através de seus canais, os casos de racismo no futebol. Mas no levantamento de 2017, o futebol não foi o único esporte apresentado. Houve incidentes no Futebol Americano, League of Legends, Poker e Tênis.

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Os casos também não se restringiram ao campo ou arquibancada. Ocorreram na internet, programas esportivos de rádio e televisão e até em federações de futebol do país. O documento também lista um aumento significativo de casos de machismo nos estádios – e fora deles - contra jornalistas e torcedoras. Apesar do crescimento das denúncias, nenhum caso foi julgado pela Justiça Desportiva.

No site do Observatório, a conclusão tida é de que o “Relatório de 2017 foi o que tem maior número de denúncias de racismo no futebol brasileiro e que clubes, federações, CBF, Justiça Desportiva e Ministério Público fazem muito pouco no combate a discriminação racial”.

O texto da prévia do documento ainda diz “O Relatório apresenta uma análise de dados, mas não é de números que ele trata, mas sim de pessoas que são vítimas da violência que se manifesta através da discriminação. Afinal cada incidente tem um nome, uma dor, uma história triste que não podemos aceitar que continue a acontecer”.

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É possível ler o Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol dos anos 2014, 2015 e 2016 no site oficial do Observatório enquanto o documento de 2017 com dados sobre o racismo no futebol não é liberado.

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