Você lembra do Ilsinho, lateral-direito revelado pelo Palmeiras e que teve boa passagem com a camisa do São Paulo antes de se aventurar no exterior? Atualmente jogando na MLS (Major League Soccer), o jogador de 31 anos agora é meio-campista ofensivo e uma das principais estrelas do Philadelphia Union, clube pelo qual foi contratado em fevereiro de 2016.
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Em entrevista exclusiva concedida ao iG Esporte, Ilsinho falou um pouco da sua vida nos Estados Unidos, país onde pretende ficar quando encerrar sua carreira. Além disso, o atleta contou como foi essa sua transição da lateral para o meio de campo, falou da sua performance no futebol ucraniano e admitiu que torce para o São Paulo não ser rebaixado no Brasileirão.
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Pelo clube tricolor, ele conquistou o Campeonato Brasileiro de 2006 e 2007. Já no Shakhtar Donetsk foram muitos títulos: Campeonato Ucraniano de 2008, 2010, 2012, 2013 e 2014, Copa da Ucrânia em 2008, 2012 e 2013, Supercopa da Ucrânia em 2008, 2012 e 2014 e a Copa da Uefa de 2009 (antiga Liga Europa). Pela seleção brasileira principal fez uma partida, em 2007.
Confira abaixo o bate-papo com o jogador brasileiro:
iG Esporte: Brilhando nos EUA atualmente, esse é seu melhor momento na carreira?
Ilsinho: Sem dúvida, esse é um dos ótimos momentos que já vivi na carreira, mas também tive outros muito bons, como na época do título da Copa da Uefa, em 2009, pelo Shakhtar
. O que muda um pouco agora é que, talvez, a minha consciência profissional tenha melhorado. Estou bem mais maduro, tomo bastante cuidado com o corpo, controlo bem a alimentação e esses detalhes fazem toda a diferença na hora de jogar.
Você está com 31 anos e já já entra na reta final da carreira. Ficar nos EUA é uma opção
para quando se aposentar?
Ainda não penso muito no fim da minha carreira porque tenho alguns bons anos pela frente, mas eu e minha família estamos muito contentes por aqui e há uma grande chance de seguirmos morando nos Estados Unidos, principalmente por causa dos nossos filhos.
O que pretende fazer quando pendurar as chuteiras?
Ainda não parei para pensar no que farei, mas ando buscando alguns investimentos interessantes, sim. Acredito que, nos próximos cinco anos, encontrarei algo bacana para investir após terminar a minha carreira.
Pelo que você vê estando por aí, a seleção dos EUA, em breve, pode buscar um título de
Copa do Mundo?
Eu acho a seleção dos Estados Unidos muito boa. Os jogadores têm muita qualidade e têm condições de atuar na Europa. Não sei se poderá brigar por título na próxima Copa do Mundo, mas se o país seguir investindo no futebol, a seleção pode almejar coisas melhores.
No São Paulo você jogou de meia, na Ucrânia também. Nos EUA você é o cara da criação. Onde
começou essa transição da lateral para o meio?
Começou na Ucrânia. Na ocasião, o Mircea Lucescu, treinador que me contratou, disse que
não me usaria como lateral, mas, sim, como um jogador mais avançado pelo lado direito. Então comecei a jogar por ali e confesso que me sinto mais confortável atuando nessa faixa do campo. Estou muito bem adaptado.
Pensa em voltar a atuar no futebol brasileiro se pintar uma proposta realmente boa e de time grande?
É uma resposta complicada. Não posso fechar as portas para nenhum mercado porque a gente não sabe o dia de amanhã, mas, hoje, meus planos são mais lights. Eu e minha família estamos muito bem adaptados aos Estados Unidos e pretendo me consolidar na MLS. Mas, como disse, nós nunca sabemos as coisas boas que Deus nos reserva.
Como você vê a situação atual do São Paulo, na zona de rebaixamento do Brasileirão?
É complicado falar do São Paulo porque eu acompanho de longe, então prefiro não comentar. O que posso dizer é que tenho muito carinho pelo clube e torço demais para que a equipe saia dessa situação o mais rápido possível.
Você tem alguma mágoa dentro do futebol?
Não tenho nenhum tipo de mágoa ou arrependimento. É claro que, quando você é mais jovem, acaba tomando algumas atitudes na empolgação e pode se precipitar, errar, mas é errando que acaba aprendendo. Mas não tenho nenhuma mágoa ou frustração.
Nesses anos que você atuou no exterior, seja Ucrânia ou EUA, passou por alguma situação inusitada ou constrangedora?
Foram vários momentos marcantes. No início, sempre é mais complicado de dominar o idioma, então eu e minha esposa passamos por algumas situações engraçadas, principalmente em restaurantes. Já são 10 anos atuando fora do Brasil, né? O que não falta é mancada que a gente deu, no bom sentido (risos).
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Onde ele jogou
Ilsinho foi revelado pelo Palmeiras em 2006, mas no mesmo ano já se transferiu para o São Paulo. Em 2007 foi contratado pelo Shakhtar Donetsk, que o emprestou novamente para o clube paulista, dessa vez em 2010, e também para o Internacional, em 2011. Ele deixou o time da Ucrânia em 2015, acertando com o Philadelphia Union no começo de 2016.