O Campeonato Mundial de Fórmula 1 começa neste final de semana repleto de mudanças e expectativas. Para os amantes da categoria, a principal dúvida envolve uma das mais tradicionais escuderias: terá a Ferrari feito seu SF70-H suficientemente bom para derrotar o domínio dos últimos três anos da Mercedes? Nos oito dias de testes da pré-temporada, os italianos foram os mais velozes nos tempos - sem usar o pneu ultramacio, mais rápido - e deixaram o adversário para trás.
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Até mesmo o tricampeão Lewis Hamilton aponta a rival italiana como favorita ao título da Fórmula 1
na temporada 2017. No entanto, tudo ainda é especulação até os motores voltarem a fazer barulho na pista de Melbourne, na Austrália, de quinta, quando começam os treinos livres, a domingo, dia da corrida - pelo fuso horário, os treinos e o GP acontecem na madrugada do Brasil.
Entre as surpresas da pré-temporada, ainda dá para destacar as voltas rápidas feitas pelo mais recente contratado da Williams, o brasileiro Felipe Massa, 35 anos, que tinha anunciado sua aposentadoria das pistas no fim do ano passado e que agora já sonha com pódios durante o ano. Já entre as decepções, o fraco desempenho da Red Bull Racing surpreendeu.
Os novos carros
Outro ponto alto são as mudanças técnicas nos carros para 2017. Uma "revolução" foi feita tanto na parte aerodinâmica quanto nos pneus para deixar as máquinas mais rápidas e mais agressivas.
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Entre as principais alterações, está o aumento da asa dianteira - que passou de 1.650 milímetros para 1.800 milímetros - e a diminuição da asa traseira - de 950 para 800 milímetros. Ainda apareceu a chamada "barbatana" nos carros, em uma solução aerodinâmica adotada por todas as equipes.
Os pneus também estão mais largos: os traseiros aumentaram de 325 milímetros para 405 e os dianteiros mudaram dos 245 para os 305 milímetros. As previsões da Pirelli, empresa responsável pela distribuição dos pneus, apontavam que essa mudança levaria os carros a serem até cinco segundos mais rápidos. Os testes de pré-temporada mostraram tempos até 3,5 segundos mais velozes. De qualquer maneira, é um avanço muito grande em relação aos compostos antigos.
Pilotos
Já quando o assunto é pilotos, o grid apresenta várias mudanças. A começar pela tricampeã Mercedes, que viu seu último campeão mundial, Nico Rosberg, anunciar uma inesperada aposentadoria dias após a conquista. Para seu lugar, vem o finlandês Valtteri Bottas, que deixou a Williams com a esperança de se tornar campeão - em um páreo duro com Hamilton.
A Williams tem, além de Massa, que será o único brasileiro no grid este ano, o novato Lance Stroll, de apenas de 18 anos - até o momento ele é lembrado pelas suas constantes batidas nos treinos de pré-temporada. Outro novato na categoria é Stoffel Vandoorne, 24 anos, na McLaren, que já fez uma corrida - justamente na Austrália no ano passado - mas agora é titular. Ele estará ao lado do experiente e bicampeão Fernando Alonso.
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Ferrari, com Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, Red Bul, com Daniel Ricciardo e Max Verstappen, e Toro Rosso, com Carlos Sainz e Daniil Kvyat, mantiveram suas duplas de pilotos. Já a Force India terá Sergio Pérez e Esteban Ocon, a Haas contará com Romain Grosjean e Kevin Magnussen, a Renault terá Nico Hulkenberg e Jolyon Palmer e a Sauber terá Pascal Wehrlein e Marcus Ericsson.
Comando da categoria
Essa será ainda a primeira temporada em que o mundo da Fórmula 1 não verá mais Bernie Ecclestone como chefão da categoria. Com a venda das ações para a Liberty Media, de Chase Carey, a categoria terá seu primeiro ano sob comando norte-americano.
No entanto, como forma de entrar na Fórmula 1 e gerar confiança, o "novo Ecclestone" será o ex-chefe de equipe da Ferrari, Ross Brown. Ao lado de Michael Schumacher, e do atual presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Jean Todt, Brown viveu uma era dourada na escuderia italiana, conquistando vários títulos do Mundial de Pilotos e do Mundial de Construtores.