O aniversário de um ano do incêndio que matou dez Garotos do Ninho tem sido marcado por homenagens de parentes das vítimas e de torcedores do Flamengo por todo o Rio. Os familiares que foram ao local da tragédia neste sábado (8), porém, têm enfrentado dificuldade para manifestar o seu luto.

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Familiares foram até o Ninho do Urubu, mas não puderam entrar
Divulgação
Familiares foram até o Ninho do Urubu, mas não puderam entrar

Ficara combinado, na véspera, que a família de Pablo Henrique, um dos mortos, poderia entrar no Ninho do Urubu para prestar homenagens desde que enviasse um pedido com nome e horário ao Flamengo. Isso motivou outras famílias a fazerem o mesmo, mas gerou um problema. Duas delas foram barradas na porta do CT por falta de autorização.

As famílias de Christian Esmério e de Jorge Eduardo se encontraram com a de Pablo Henrique na frente do Ninho do Urubu carregando flores brancas e velas. Porém, apenas os pais de Pablo Henrique conseguiram entrar no local por terem enviado a solicitação antecipadamente. Os outros familiares acabaram barrados na portaria do clube.

"Se eu pudesse, eu nem colocava meus pés aqui. Eu vim acender uma vela para o Jorge e parece que estou aqui para aparecer. É humilhante", reclamou Simone, tia de Jorge Eduardo. Wedson Cândido, pai de Pablo, também protestou: "Ter autorização para fazer uma oração é muito humilhante".

Após uma hora e meia sem resposta do Flamengo, as famílias desistiram de entrar e foram embora do Ninho do Urubu. Mais tarde o clube se pronunciou e explicou o motivo da barração, além da falta de convite para missa e jogo contra o Madureira, no Maracanã. O departamento de comunicação disse que o Flamengo não quer fazer demagogia e quer ser coerente, já que ainda não fechou acordo com todas as famílias.

Ainda de acordo com a assessoria do clube, apenas familiares de Pablo Henrique foram liberados, uma vez que combinaram com o CEO Reinaldo Belotti durante a CPI dos incêndios na Alerj, nesta sexta-feira (7). Membros da diretoria que foram à sessão acreditam que a advogada de Pablo Henrique, Mariju Maciel, levou outros representantes que não haviam combinado a ida com o clube para criar uma situação de constrangimento.

Também foi informado que não havia ninguém no Centro de Treinamento que pudesse autorizar a entrada de outros representantes, já que quem libera a circulação de pessoas é o próprio Belotti, não o departamento de futebol. A autorização não chegou antes dos familiares barrados irem embora, pois os dirigentes, como Belotti e o presidente Rodolfo Landim, estavam em uma missa na Paróquia São Judas Tadeu, no Cosme Velho.

A cerimônia feita pelo clube também não foi extensiva aos familiares. O Flamengo informou, desta vez, que também não convidou para outras missas ao longo do ano, pois se tratava de um ato do clube.

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