Bernardinho não é mais técnico da seleção brasileira masculina de vôlei. 16 anos depois e após alguns meses de espera, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), anunciou na tarde desta quarta-feira (11), a saída do treinador multicampeão. Renan Dal Zotto, que trabalhou até o ano passado na CBV como Diretor de Seleções, assume em seu lugar.
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A saída de um dos maiores técnicos do vôlei mundial foi feito por Radamés Lattari, que confirmou que Bernardinho seguirá colaborando com a seleção, entretanto não sabe qual será o cargo. "Na primeira convocação ele estará aqui como coordenador técnico, consultor técnico do Renan, algo assim", afirmou. Em seguida, Lattari chamou Renan, que falou sobre o novo momento da vida.
"É um motivo de muito orgulho estar aqui hoje pela confiança depositava pelo Toroca (presidente) e pela CBV no meu nome. Estou há mais de 40 anos no vôlei e algumas vezes fui convocado pela CBV. Durante 13 anos como atleta, aquele frio na barriga. Depois em 2001 para ajudar na transição do Bernardo do feminino para o masculino. Isso me entusiasma muito. Nos últimos anos estava como diretor de seleções", afirmou o novo treinador em entrevista coletiva.
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"Encontrei dentro das seleções um ambiente maravilhoso. Quando houve o convite a primeira coisa que fiz foi falar com o Bernardo. Eu precisava do parecer e da colaboração dele. Ele tem mais do que seus motivos para dar um tempo e respirar um pouco. Ele merece esse tempo. Nas nossas conversas, acima de tudo, falei que precisava dele dentro do processo", acrescentou Renan, amigo próximo de Bernardinho e padrinho de Bruninho, filho do técnico e levantador da seleção.
"O desafio é grande. Manter um trabalho como vinha sendo feito no masculino e no feminino também é uma responsabilidade grande. Tive oportunidade de ficar dois anos na Itália como treinador depois do trabalho no Florianópolis. Lá fiz um curso de treinador. No final perguntaram a todos se treinava sua equipe para melhorar ou ganhar jogo. O único que respondeu para melhorar fui eu", completou Dal Zotto.
Carreira de Bernardinho
Bernardo Rocha de Rezende foi jogador de vôlei entre 1979 e 1986 e defendeu times do Rio de Janeiro, sua cidade, e também a seleção brasileira. Parou de jogar e começou a carreira de treinador como assistente técnico de Bebeto de Freitas na seleção durante os Jogos Olímpicos de Seul. Em 1990 comandou a equipe feminina do Perugia, da Itália e permaneceu lá por dois anos. No ano seguinte, dirigiu a equipe masculina do Modena.
Bernardinho retornou ao Brasil em seguida e, em 1994, iniciou sua trajetória na seleção feminina brasileira e permaneceu até 2000. Com as mulheres conquistou duas medalhas de bronze olímpicas, em Atlanta 1996 e Sydney 2000. Assumiu a seleção masculina em 2001, às vésperas da Liga Mundial daquele ano. E foi campeão.
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Foram mais de 15 anos à frente da seleção e mais de 30 conquistas. Sendo dois ouros olímpicos, em Atenas 2004 e Rio 2016, duas pratas, em Pequim 2008 e Londres 2012, três títulos mundiais, em 2002, 2006 e 2010, fora as incríveis oito Ligas Mundiais, em 2001, 2003, 2005, 2007, 2009, 2011, 2013 e 2015. Além disso, ainda levou duas Copas do Mundo, em 2003 e 2007, e foi duas vezes medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, em 2007 e 2011.
Bernardinho ainda é técnico do Rio de Janeiro, time feminino que mais conquistou títulos no país.