Marco Reus se tornou ídolo no Borussia Dortmund
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Marco Reus se tornou ídolo no Borussia Dortmund

Marco Reus não vestirá a camisa do Borussia Dortmund na temporada 2024/25. Nesta sexta-feira, 3, o clube alemão e o jogador anunciaram um acordo mútuo para o fim da passagem que já dura 12 anos, sem contabilizar os anos nas categorias de base. O vínculo que se encerra em 30 de junho. Ele ainda persegue um título de peso antes do adeus oficial: a conquista da Champions League.

O Dortmund está na semifinal e venceu por 1 a 0 o Paris Saint-Germain na primeira partida, na Alemanha. Agora, decide na próxima terça-feira, 7, um lugar na final da competição continental.

“Estou extremamente grato e orgulhoso por este momento especial no meu clube, o Borussia Dortmund. Passei mais da metade da minha vida nesse clube e aproveitei cada dia, embora tenha havido momentos difíceis. Já sei que será difícil me despedir no fim da temporada. Mesmo assim, estou feliz de agora haver clareza e que possamos nos concentrar totalmente nos importantes jogos finais. Temos um grande objetivo em mente e todos queremos alcançá-lo juntos. Para isso precisamos de cada um dos nossos incríveis fãs, a quem gostaria de agradecer expressamente pelo seu incrível apoio ao longo dos anos”, afirmou Reus.

Até aqui ele fez 424 jogos, com 168 gols marcados e 100 assistências para companheiros. Ele é isoladamente o maior artilheiro da história aurinegra, tendo ultrapassado em 2023 Michael Zorc, lenda que atuou entre 1980 e 1990.

Reus nasceu e cresceu em Dortmund. Aos sete anos, em 1996, Reus foi aprovado entre os infantis do Borussia, time do coração de toda a família. Habilidoso, sempre foi um grande fã de jogadores brasileiros, especialmente Ronaldinho Gaúcho, o que explica o fato de sua conta no Instagram ser “Marcinho11“.

Alçado à categoria sub-19, o atual meia-atacante costumava ser aproveitado como lateral-direito, sem grandes perspectivas. Para se destacar, desafiou o próprio coração e mudou de ares, com destino ao Rot Weiss Ahlen. Pela modesta equipe da cidade vizinha, passou a atuar em sua posição atual e foi essencial no acesso da terceira para a segunda divisão da Alemanha. Começava a nascer um ídolo da região da Renânia do Norte-Vestfália.

O bom filho à casa torna
Em 2009, o destaque nas divisões inferiores fez crescer o interesse dos rivais e levou Reus ao outro Borussia, o Monchengladbach. O casamento foi perfeito, com grandes atuações, status de grande promessa mundial e as primeiras convocações para a seleção alemã. Veio, então, um chamado da antiga casa.

O Dortmund, à época, era o atual bicampeão da Bundesliga e brilhava sob o comando do técnico Jurgen Klopp. Mas segundo o próprio Reus, em entrevista ao DAZN e ao GOAL em 2019, a decisão de voltar foi, acima de tudo, passional.

“Eu me sentia muito confortável no Gladbach. Tínhamos um time forte e sempre gostei de continuidade, como já enfatizei. Eu senti que poderíamos construir um time para anos. Por outro lado, você não recebe duas ou três chances de voltar ao clube em que cresceu. Eu pensei muito, criei uma lista de prós e contras. Relativamente rápido, tomei a decisão de que queria ir para o Borussia Dortmund. Foi, no fim, uma decisão do coração”, admitiu o jogador.

E no dia 1º de julho de 2012, Marco Reus foi comprado por 17 milhões de euros. Dessa vez, como meia-atacante. Dessa vez, para fazer história.

A carreira de Marco Reus:

2007–2009: Rot Weiss Ahlen
2009–2012: Borussia Mönchengladbach
desde 2012: Borussia Dortmund

Títulos:
Copa da Alemanha (2017 e 2021)
Supercopa da Alemanha (2013, 2014 e 2019)

Quase atrás de quase
O Borussia Dortmund viveu momentos memoráveis no início da década de 2010 sob o comando de Klopp. Com o acréscimo de Reus, os voos foram ainda mais brilhantes. Já na temporada 2012/13, a primeira do atacante, o sistema ofensivo arregalou os olhos da Europa. Ao lado de Mario Götze e Robert Lewandowski, os aurinegros chegaram à final da Champions League.

O grande momento de Reus foi no jogo de volta quartas de final, contra o Málaga. Depois de um empate por 1 a 1 na ida, na Espanha, o Borussia perdia por 2 a 1 na reta final e precisava de dois gols para não ser eliminado, em razão da extinta regra do gol qualificado (fora de casa).

Tudo passou a mudar com Reus, que marcou aos 45 minutos do segundo tempo, com apenas mais quatro minutos a jogar. O camisa 11 buscou a bola dentro do gol e correu em direção ao meio. Reanimado, o Dortmund conseguiu a virada e a classificação com o gol do zagueiro brasileiro Felipe Santana.

Depois de passar pelo Real Madrid na semifinal, com direito a assistência de Reus, veio o mais dolorido “quase” da carreira do ídolo de Dortmund. Em final contra o Bayern de Munique, sem o companheiro Mario Götze, que já estava negociado com os bávaros, o título escapou por detalhes e um gol de Arjen Robben, aos 44 minutos do segundo tempo, quando a prorrogação já parecia certa.

Desde então, Reus amargou vários vice-campeonatos. Além da Champions, foram sete vezes na segunda posição da Bundesliga, a última delas amargamente perdida na rodada final, em casa, além de três finais de Copa da Alemanha perdidas e cinco derrotas na Supercopa.

Dinheiro? Amor
O altíssimo nível apresentado por Marco Reus em suas primeiras temporadas de Borussia Dortmund interessaram gigantes do mundo todo. Simultaneamente, Götze e Lewandowski, companheiros do meia, decidiram defender o Bayern de Munique, movimento não adotado pelo camisa 11.

Em entrevista ao britânico Mirror, em 2014, Reus afirmou que recompensa financeira alguma o levaria para o lado bávaro da Alemanha:

Entre especulações e interesses de gigantes da Europa, que poderiam oferecer, além do dinheiro, mais condições de destaque coletivo, Reus sempre manteve a posição. Em abril deste ano, já na história do time de Dortmund, Reus renovou o contrato por mais um ano. “Ainda não há nada melhor para mim do que fazer gols diante dos melhores torcedores do mundo no estádio mais lindo do mundo e comemorar as vitórias juntos. É por isso que eu estou feliz em renovar meu contrato por outro ano, porque como eu sempre disse, não há outro clube que eu prefira jogar na minha carreira além do Dortmund.”

Decepções por lesão
Há quem diga que, não fossem as lesões, Marco Reus seria candidato a premiações de melhor do mundo. Entretanto, problemas físicos sempre acompanharam o meia-atacante, que teve a primeira grande frustração em 2014.

A um mês do início da Copa do Mundo do Brasil, Reus rompeu parcialmente os ligamentos do tornozelo esquerdo e ficou de fora da lista de atletas que seriam campeões mundiais no Maracanã. Desde então, passou por sequenciais problemas, incluindo em 2022, quando também não pôde disputar o Mundial do Catar pela Alemanha.

De acordo com dados do Transfermarkt, Reus ficou de fora de 138 jogos do Dortmund por problemas físicos. Isso representa mais de quatro ligas alemãs completas, que podiam ter colocado o ídolo em um posto ainda maior.

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