O Juventus da Mooca completa, neste sábado, 24 de abril, 100 anos de vida. O clube da zona leste da capital paulista chega ao seu centenário com muita história e tradição para contar. Desde sua fundação aos títulos estaduais e nacionais, da casa na Rua Javari ao apelido de Moleque Travesso. Confira seis curiosidades do Juve:
HISTÓRIA
O Juventus da Mooca foi fundado em 20 de abril de 1924 com outro nome, Cotonifício Rodolfo Crespi, através da fusão de duas equipes da várzea: Extra São Paulo e o Cavalheiro Crespi. Os clubes eram formados pelos trabalhadores da fábrica têxtil da família Crespi. Inicialmente, o Juve era tricolor – vermelho, preto e branco.
O espaço onde hoje é o estádio da rua Javari, antes Rua Javry, seria conquistado no ano seguinte a fundação. A mudança de nome e cores aconteceu somente em 1930, após o primeiro título paulista. O Cotonifício Rodolfo Crespi passou a se chamado de Clube Atlético Juventus, com o grená e branco.
A alcunha de Moleque Travesso surgiu no mesmo de 1930, quando também a equipe da Mooca estreou na elite paulistana. O primeiro entre os grandes rendeu resultados surpreendentes e Moleque Travesso foi o apelido dado pelo jornalista esportivo Tomas Mazzoni.
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TÍTULOS
Campeonato Brasileiro Série B: 1983
Campeonato Brasileiro da Série C (vice-campeão): 1997
Campeonato Paulista: 1934
Campeonato Paulista A2: 1929 e 2005
Copa Paulista: 2007
ÍDOLOS
Lima: foram apenas dois anos no profissional do Juventus, mas os feitos de Antonio Lima dos Santos lhe colocaram na prateleira de ídolos do Moleque Travesso. O meio-campista cria do Juve defendeu a cor grená entre 1959 e 1960, primeiro aos 17 anos, antes de ser transferido ao Santos do Rei Pelé. Ao todo, foram 22 títulos conquistados pelo Peixe.
Ataliba: estreou em 1974 marcando o gol do empate contra o XV de Piracicaba. Depois disso, Édson Ataliba Cândido não sairia mais da equipe. O atacante se destacou tanto pelo Moleque Travesso que acabou se transferindo para o Corinthians em 1982, quando emendou dois títulos paulistas pelo Timão. Ataliba se mudou para o Santos de Pelé em 84, quando se tornou tricampeão estadual.
OUTROS CRAQUES
Thiago Motta: hoje técnico do Bologna, o brasileiro naturalizado italiano foi revelado pelo Juventus da Mooca antes de brilhar pela Inter de Milão e PSG.
Luisão: ídolo do Benfica e com passagens pela seleção brasileira, o zagueiro foi revelado pelo Juventus da Mooca.
Wellington Paulista: atacante também é cria do Moleque Travesso e defendeu a camisa grená antes de fazer história em outras equipes do futebol brasileiro.
Vampeta: foram apenas sete jogos, já no final da carreira, mas o volante campeão do mundo pela seleção brasileira também defendeu o Juventus da Mooca.
MELHOR GRAMADO DO BRASIL
Em 1983, ano em que o Juventus conquistou o título inédito da Série B nacional, a equipe da Mooca foi destaque nas páginas de PLACAR. O estádio Conde Rodolpho Crespi, na famosa Rua Javari, tinha o melhor gramado de São Paulo e um dos melhores do Brasil.
“Quem passa pela Rua Javari, no bairro da Mooca, não desconfia de que ali está o melhor gramado do Estado, um dos melhores do país junto com o Serra Dourada, de Goiânia (ambos usam a mesma grama Bermuda). Antes da reforma sofrida entre janeiro e maio deste ano, porém, sua situação era lamentável – e foi corrigida ao custo, bastante razoável, de 8 milhões de cruzeiros”, edição 701 de PLACAR, em outubro de 1983.
REALISMO OTIMISTA
Em 1986, o Juventus chegou forte para o Campeonato Paulista. O objetivo era ficar entre os primeiros do Estado. O Moleque Travesso terminou a competição na 5ª colocação, quatro pontos atrás do Corinthians, último semifinalista. O campeonato seria marcado pelo título histórico da Inter de Limeira, primeiro campeão do interior.
Na edição nº822, PLACAR destacou o esquadrão grená que tentaria fazer história: “Esses reforços tem algum peso. Babiroto, que chegou com o passe na mão, foi durante algum tempo o camisa 1 do São Paulo. O zagueiro Juninho, que estava no Corinthians, foi reserva de Oscar na última Copa do Mundo. E do Palmeiras vieram o volante Rocha e o centroavante Reinaldo Xavier… De qualquer forma, os recém-contratados suspiraram com alívio quando cruzaram pela primeira vez os portões do Estádio da Rua Javari. Estavam finalmente livres das pressões que existem nos chamados clubes grandes”.