O jogador Daniel Alves se apresentou ao Tribunal de Justiça da Catalunha nesta quinta-feira, 28, três dias depois de deixar a prisão em liberdade provisória. Segundo informações do jornal espanhol Marca, a presença do jogador ao local foi marcada por protestos de alguns presentes ao Tribunal:
“Alves, você tem muito dinheiro para pagar e para abusar, não? No Brasil, te matam rápido. Tudo bem, tudo bom? É preciso matar esse desgraçado! É um abusador”, disse um dos manifestantes.
“Está tranquilo, não? Como é estar em liberdade?”, protestou outro.
A medida faz parte de uma determinação judicial que o brasileiro precisa cumprir para continuar em liberdade provisória enquanto aguarda recurso da condenação de quatro e meio de prisão por agressão sexual a uma jovem em uma casa noturna catalã.
Ele compareceu ao tribunal acompanhado de sua advogada, Inés Guardiola. A determinação é para que se apresente todas as sextas-feiras, mas o primeiro comparecimento foi antecipado em função do feriado.
Após passar 14 meses preso, Alves foi liberado da custódia no último dia 25. O pedido de liberdade foi efetivado com o pagamento de fiança de 1 milhão de euros (5,4 milhões de reais).
O ex-atleta de 40 anos tem ainda que cumprir outras imposições, que envolvem retenção dos passaportes e distância de 1 km da vítima.
Esta é a segunda vez no caso em que o ex-atleta precisa arcar com pagamentos. Antes do julgamento, o réu arcou com uma indenização à vítima, originado de uma doação da família de Neymar, segundo informações do site UOL, o que foi considerada um atenuante da pena pela justiça.
Segundo informações do diário El País, a defesa de Daniel Alves buscou alternativas para efetuar o pagamento, incluindo a tentativa de obter um empréstimo bancário. Embora tenha enfrentado recusas de alguns bancos, uma instituição não revelada aceitou o acordo financeiro.
Além disso, houve uma tentativa inicial de utilizar um certificado de pagamento pendente do Ministério da Fazenda da Espanha para garantir a liberação do jogador, porém, o órgão recusou a proposta. A dificuldade se deu pelo patrimônio de Alves, avaliado em cerca de 60 milhões de euros (323 milhões de reais), estar sob bloqueio judicial no Brasil e na Espanha, incluindo uma disputa relacionada à pensão alimentícia de seus filhos.
O ex-jogador do Barcelona e da seleção brasileira cumpria pena no Centro Penitenciário Brians 2, nos arredores da cidade catalã, desde janeiro de 2023. Após a condenação a quatro anos e meio de prisão, o Ministério Público da Espanha entrou com um pedido de maior tempo de prisão para Daniel Alves, assim como a vítima.
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