Endrick mira resgate entre torcida e seleção brasileira: ‘Quero ser um ídolo’
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Endrick mira resgate entre torcida e seleção brasileira: ‘Quero ser um ídolo’

Endrick tem apenas 17 anos, 62 partidas como profissional – 60 pelo Palmeiras e duas pela seleção brasileira –, mas já ostenta grandes conquistas na carreira: a Copinha de 2022, a Supercopa do Brasil de 2023, o Paulista de 2023 e o bicampeonato do Brasileirão, em 2022 e 2023, o mais recente como protagonista de uma arrancada histórica da equipe dirigida por Abel Ferreira.

O camisa 9 do Verdão, contudo, carrega uma meta ainda mais audaciosa antes de completar a maioridade, revelada em entrevista exclusiva à PLACAR de fevereiro: quer ser o responsável por resgatar a relação de amor do torcedor pela amarelinha e se tornar um novo ídolo nacional.

“Eu vi [as Copas] de 2014, de 2018 e a última agora [do Catar]. Achei realmente que o Brasil fosse ganhar, estava torcendo bastante, mas infelizmente a gente perdeu. Tenho o objetivo de ser um ídolo não só para algumas pessoas, mas para todos: idosos, criancinhas, adultos… Quando eu tinha 15 anos, sentia que o povo brasileiro me massacrava um pouco e aquilo me deixou chateado, triste… Naquele tempo parei de pensar no que falavam de mim porque só queria deixar as crianças felizes, e creio que estou conseguindo. Espero que as crianças possam crescer com um sorriso no rosto. Estou trabalhando para isso, o Vini [Vinicius Júnior] também. Ele e o Rodrygo podem ser ídolos para o povo brasileiro. Vamos jogar juntos e poderemos deixar o povo brasileiro feliz, esse é meu sonho. Mas é difícil ver as pessoas massacrando até o Vini e o Neymar, que fizeram tanto pela seleção”, disse o jogador.

Em sua fala, ele confessou ainda ter ficado incomodado ao ver torcedores brasileiros torcendo para a Argentina de Lionel Messi no último encontro entre os rivais, em 21 de novembro de 2023, pelas sexta rodada da Eliminatória Sul-Americana. Em pleno Maracanã, a equipe ouviu gritos de “time sem vergonha” e um coro irônico de “olé” em favor dos adversários.

“A Argentina idolatra o Messi, Portugal idolatra o Cristiano [Ronaldo], a Polônia idolatra o Lewandowski. Temos um país que sempre nasce jogadores espetaculares e espero que o nosso povo brasileiro possa achar alguém para idolatrar e sempre apoiar esse jogador. Não só o jogador, como o técnico e toda a equipe. Creio que isso vai acontecer. Quando eu joguei no Maracanã eu via brasileiros torcendo pela Argentina. É uma coisa um pouco triste, cara, porque é um clássico, é uma guerra, é Brasil e Argentina e ver pessoas torcendo para a Argentina é um algo triste. Um brasileiro está torcendo contra o Brasil? É difícil isso, queremos resgatar [o torcedor], dar uma cara mais feliz para o Brasil e, se Deus quiser, que nos próximos anos o país ser campeão da Copa”, afirmou.

Após estrear na derrota por 2 a 1 diante da Colômbia, também pelas Eliminatórias, Endrick se transformou no quarto nome mais jovem a vestir a camisa da seleção principal: 17 anos, três meses e 23 dias, atrás apenas de Pelé, Edu e Coutinho, mas superando a precocidade de nomes como Ronaldo Fenômeno e Neymar.

Na ocasião, ele atuou por oito minutos em Bogotá diante dos colombianos e por mais 18 no Maracanã contra os argentinos. Atualmente, está a serviço da seleção sub-23 no quadrangular final do Pré-Olímpico da Venezuela.

Nos próximos dias, PLACAR divulgará outros trechos da entrevista de 45 minutos com o jogador, tanto no site quanto no canal de YouTube Placar TV.

No papo, ele também aborda temas sensíveis como as contrapartidas que enfrenta pela fama precoce, o abalo emocional pelas críticas aos 17 anos, a relação com o técnico Abel Ferreira, o amadurecimento após momentos de baixa, a gestão de sua carreira, a forma como lida com o dinheiro, a explicação para a força física, além do futuro na Espanha a partir do segundo semestre de 2024.

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