Fábio não entende critérios para esquecimento na seleção: ‘Ninguém explica’
Reprodução: Placar
Fábio não entende critérios para esquecimento na seleção: ‘Ninguém explica’

Fábio e seleção brasileira jamais viraram um casamento. Mesmo presente nos elencos da Copa das Confederações, em 2003, e da conquista do título da Copa América, 2004, o goleiro do Fluminense vestiu por apenas três oportunidades a camisa amarelinha. Em entrevista exclusiva à PLACAR de agosto, já nas bancas desde a última sexta-feira, 11, ele nega carregar mágoa pelas raras chances, mas levanta questionamentos sobre o critério das escolhas feitas pelos treinadores no período.

“Então, ninguém explica [a minha ausência na seleção]. Infelizmente, é uma força que foge da minha alçada. Eu sempre tentei fazer o meu melhor nos clubes, tive a oportunidade de ir para a seleção porque já ficava até meio vergonhoso os caras não me levarem porque se cobrava muito. Aí, quando me levevam, levavam três. Tipo assim: os caras precisam desmaiar ou acontecer alguma coisa para que eu tivesse a oportunidade de jogar. Mas, dentro do que eu poderia fazer, era fazer meu melhor, estar bem jogando sempre em alto nível, isso aí eu tenho certeza que fiz”, disse o goleiro.

“Ao longo desses anos que fiquei jogando, regularmente, dificilmente alguém conseguiu fazer muitas temporadas igual eu fiz em alto nível, com poucos momentos de baixa, sempre fazendo campeonatos bons, sempre estando entre os melhores goleiros. Mas eu fiz o meu melhor, me dediquei, aproveitei as portas abertas das equipes que representei. A minha consciência está tranquila e é isso que me faz feliz: não ter mágoa e, sim, ser transparente. Quando foi perguntado do porquê, ninguém consegue responder, em quem estava lá, mas Deus depois me deu a oportunidade de trabalhar com os treinadores que estavam lá. Tive o Mano [Menezes], depois o Felipão. Foi coisa do passado, eu só aproveito o momento que Deus me proporcionou de estar jogando e mostrar no dia a dia ali junto com eles”, acrescentou.

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Duas vezes vencedor da Bola de Prata (2010 e 2013), tradicional prêmio dado ao melhor jogador de cada posição no Brasileirão, ele ainda carrega uma série de outros recordes: jogador mais velho em atividade na Série A, brasileiro com mais partidas em Libertadores, com mais jogos em edições de Campeonato Brasileiro, primeiro nome a atingir 100 aparições na Copa do Brasil, recordista de jogos pelo Cruzeiro (973) e terceiro goleiro no mundo que mais partidas ficou sem sofrer gols, as escolhas, segundo ele, nem sempre tiveram como base a avaliação dos números e o melhor momento dos jogadores.

“Foram escolhas. Infelizmente, se fosse por momento, quem estava vivendo o melhor momento ao longo desses anos, dessas oportunidades, com certeza eu tinha que ter essa oportunidade de pelo menos jogar e mostrar se eu tinha condição, ou não, de continuar na seleção. Pelo momento, pelas várias temporadas que fiz em alto nível, mas não teve o mesmo critério, não é? Porque às vezes um jogador fazia uma temporada boa e era convocado, e eu continuava tendo boas temporadas e não tinha o mesmo critério nas convocações. Ou porque o cara conhecia a pessoa, ou o jogador há mais tempo. Infelizmente. não foi o critério de quem estava melhor no momento. E aí, eu não posso fazer nada. Tenho a minha consciência tranquila que estava vivendo um bom momento, poderia ter essa chance, mas as escolhas foram essas e aí tem as consequências. Então, eu não posso ter mágoa disso porque o meu melhor eu fiz, entreguei, e aí tem cada vez mais ser grato pela possibilidade de conseguir jogar e entregar o meu melhor”, concluiu.

O jogador estendeu nesta quinta-feira, 17, o seu contrato com o Fluminense até 2025 – o atual vínculo venceria em dezembro. Nest sexta, 18, o técnico Fernando Diniz anunciará a primeira convocação desde que assumiu o cargo. “Ah, só Deus sabe [se o Diniz chamasse]. Eu vivo o momento, faço todos os dias. Aproveito o momento de vestir a camisa do Fluminense todo dia e é isso que eu sou grato. Quando acordo de manhã agradeço a Deus pela saúde, entro no carro, agradeço pela oportunidade de poder treinar. Quando estou no campo é a mesma coisa, é o que eu entrego, o meu melhor. Meu pensamento agora é fazer o melhor pelo Fluminense”, disse.

Nos próximos dias, PLACAR divulgará outros trechos da entrevista com o jogador, tanto no site quanto no canal de YouTube PLACAR TV . Ele fala também sobre a relação com Diniz, o segredo para a longevidade aos 42 anos, os recordes, momentos marcantes da carreira, planos para o futuro, e muito mais. A íntegra do papo sai nesta sexta-feira, 18.

Edição 1502 chega às bancas nesta sexta-feira – Reprodução/Placar

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