VP de Patrimônio do Flamengo detalhou partes do projeto do estádio próprio do clube
Foto: Divulgação/CRF
VP de Patrimônio do Flamengo detalhou partes do projeto do estádio próprio do clube

O sonho do estádio próprio do Flamengo já está sendo posto em planos. A cúpula rubro-negra, aliás, foca no projeto enquanto aguarda decisão da Justiça para poder tomar posse do terreno do Gasômetro, que custou R$ 146 milhões aos cofres do clube. É evidente que ainda há muito o que se fazer, mas a arena se torna cada vez mais palpável aos torcedores e envolvidos na idealização da arena.

Marcos Bodin, executivo responsável pelo projeto e vice-presidente de Patrimônio do Flamengo, detalhou parte do projeto idealizado para o estádio. O clube trabalha com o estádio como aliado na logística, para oferecer mais tempo de descanso ao jogador e, consequentemente, evitar ainda mais desgaste.

O Clube de Regatas do Flamengo arrematou em leilão, no dia 31 de julho, o terreno do antigo Gasômetro para construção do sonhado estádio. O Rubro-Negro, único candidato à compra, teve a proposta de R$ 138,2 milhões homologada pelo prefeito Eduardo Paes por volta das 14h45.

Estádio do Flamengo: projeto

Bodin detalhou a parte do projeto que pretende auxiliar no desgaste da delegação em dias de jogos. A ideia, segundo o dirigente, se assemelha ao que acontece no estádio do Tottenham, que possui quartos dentro da arena para apresentação dos atletas.

“Existe hoje uma hipótese de fazer alguns quartos dentro do estádio para a apresentação dos jogadores. O jogador já se apresenta direto lá no dia do jogo. O Tottenham é assim. (Jogador) Vai estar mais descansado, mais ligado no jogo. E não é apenas o quarto quando você pensa em apresentação. Tem que ter parte da fisioterapia, academia, refeitório”, e concluiu:

“Isso cabe no terreno. Aí durante a semana a gente aluga os quartos. Imagina quanto não vale dormir na concentração do Flamengo (risos)? Tem muita ativação para ser feita com o estádio”, detalhou em entrevista ao GE.

Custo total

O Flamengo trabalha de modo que a vida financeira saudável do clube não seja comprometida, mas estima-se um custo total de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões com o estádio. Nesse sentido, a cúpula rubro-negra prevê boa parte das receitas vindas de naming rights, sector rights (nome por setor) e venda de cadeiras cativas.

Bodin esclareceu que o projeto ainda está em fase de estudo, mas que os caminhos são viáveis. A parte de naming rights, por exemplo, teria uma importância significativa na análise do dirigente.

“O estádio traz algumas coisas com ele. Traz o potencial construtivo, que é o dinheiro carimbado para o estádio. Se eu quiser fazer outras coisas com ele, não acontece. Sobre toda essa parte de naming rights, acho que no Flamengo é mais do que naming rights. É (fazer) uma associação com o maior (clube) do mundo, é um dinheiro significativo. Vamos vender as cadeiras cativas, a gente ainda está vendo valor. Tem um coordenador (banco) de emissão de cativas”, explicou.

Conciliação com a Caixa

O próximo passo, para que a idealização avance à prática, envolve a disputa na Justiça Federal com a Caixa – administradora do fundo privado proprietária do terreno até a desapropriação. Inclusive, na última semana, o prefeito Eduardo Paes esteve com o presidente Lula, em Brasília, para conversar sobre uma conciliação com o banco.

A conciliação debatida pelo prefeito e presidente Lula se trata da transferência da posse do terreno do Gasômetro em caráter definitivo ao Flamengo. O encontro teve como objetivo, portanto, encerrar qualquer pendência jurídica entre as partes. A relação entre Rubro-Negro e Caixa ficou marcada por imbróglios na disputa pela área.

“Quando negociávamos com a Caixa, existia uma dificuldade por questão de prazo, de entendimento não só de preço, mas do potencial construtivo. A Caixa realmente tem ali uma avaliação que vai desde o Museu do Amanhã até esse terreno, a PGE (Procuradoria Geral do Estado) avaliou tudo em R$ 3 mil (metro quadrado). As coisas são diferentes porque aquele terreno está do outro lado da Francisco Bicalho, seria o último a ser desenvolvido”, Bodin prosseguiu:

“Na região, os terrenos têm escrituras recentes saindo a R$ 2 mil, R$ 2,1 mil o metro, sem estarem contaminados. Inclusive o terreno em frente ao Gasômetro permaneceu a R$ 2,1 mil o metro e foi negociado muito recentemente para ser hotel. Então o preço de avaliação é esse. A última avaliação do perito foi de R$ 2,05 mil. Então desde o início a avaliação estava muito próxima”.

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