Ex-atacante e atualmente comentarista, Walter Casagrande frisou que o mundo de futebol tornou-se mais violento em comparação ao seu período como profissional. Em entrevista ao programa “Alt Tabet”, do “Uol”, Casão utilizou como exemplo uma situação em que recebeu opressão de corintianos nas redes sociais.
Na oportunidade, ele usava uma camisa do arquirrival Palmeiras para se exercitar.
“Gosto de ir no Parque do Ibirapuera caminhar. Eu sou corintiano, mas coloquei a camisa do Palmeiras e fui linchado nas redes sociais. Não estou nem aí. Eu gosto do futebol. Tenho admiração pelo Palmeiras. Joguei no São Paulo, adoro o clube. O Santos do Pelé, eu amo. E assim por diante”, explicou o ex-atleta.
Em seguida, Casagrande ressaltou que o seu amor pelo esporte está acima de qualquer julgamento que sofrer.
“Não me preocupo com isso. Coloco minha paixão pelo futebol para fora independente do que os torcedores de hoje vão achar de mim. Eu coloco a camisa que eu quiser porque eu tenho admiração pelos clubes”, acrescentou.
Casagrande acredita em pessoas mais agressivas
Na sequência, ele esclareceu que em seu período como jogador de futebol essa rivalidade entre as torcidas tinha um limite. Assim, em efeito de comparação, o comentarista cita que não havia situações que envolvem xingamentos, ameaças de ambos os lados e até retaliações aos atletas.
“As redes sociais deram voz para um monte de gente violenta, racista, homofóbica, machista. Não generalizo, mas tem um grupo que faz esse tipo de coisa. Os torcedores passaram de rivais para serem inimigos, e alguns clubes também. Eu não concordo quando um jogador ganha e tira sarro com o outro clube, isso passa para o torcedor e coloca os torcedores em guerra”, detalhou.
“Hoje o cara (jogador) não consegue ir ao supermercado se ele estiver mal no time dele. Fazem ameaças nas redes sociais, ameaçam a família (do atleta). Isso não é normal na sociedade, não faz parte da relação social das pessoas, finalizou.
Identificação com o Corinthians
Vale relembrar que Casagrande tem uma identificação com o Corinthians, já que iniciou sua trajetória nas categorias de base do clube e atuou no profissional em três passagens. Tanto que corriqueiramente faz críticas ao desempenho em campo. Ele defendeu o Timão entre 1982 a 1984, transferiu-se para o São Paulo por apenas uma temporada e depois retornou ao Coringão. Permaneceu na equipe paulista por mais dois anos. Seu momento final foi em 1994 após jogar pelo Flamengo.
Ao todo, foram 284 partidas pelo Corinthians e 93 gols marcados. Ao lado de seu grande amigo Sócrates, foi protagonista do movimento da “Democracia Corintiana”. A iniciativa provocou mudanças estruturais importantes no clube. Assim, todos os funcionários tinham o mesmo peso em seus votos e opiniões. Tal situação era válida para contratações, local de concentração e escalações, até as regras internas eram democraticamente decididas. Além da participação de comícios das “Diretas Já” durante a Ditadura Militar.
Aliás, o movimento permitiu a união do grupo que respondeu positivamente em campo. Tanto que a equipe chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1982 e à conquista de dois Campeonatos Paulistas no mesmo ano e em 1983.
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