Gerson celebra com Lorran, que acabara de fazer o segundo gol do Flamengo, com passe do companheiro
Foto:  Lucas Bayer / Jogada 10
Gerson celebra com Lorran, que acabara de fazer o segundo gol do Flamengo, com passe do companheiro

Flamengo 2 a 0 no Corinthians. Mas o que exatamente assustou o Flamengo como clube? Reuniões secretas com muita cobrança da direção? Papo fechado entre os muitos integrantes da CT? Entendimento por conveniência entre eles e os atletas? Decepção dos jogadores em perder as vagas na Seleção Brasileira que vai à maldita Copa América? A sombra do banco de reservas para muitos? Protestos agressivos de torcedores? Receio de derrota nas eleições? A possibilidade de Jorge Jesus desembarcar no Rio de Janeiro para perturbar o ambiente?

O que assustou o Corinthians como time? A surpresa ao encontrar um Flamengo que as competições não mostravam? A certeza de que está em nível distante dos favoritos ao Brasileiro? Mas o Flamengo nem está entre eles. Longe disso. O 3-5-2 que não funcionou? Os conceitos equivocados de Antônio Oliveira?

Flamengo segue mal nos arremates

É fato, no entanto, que mesmo pressionando o adversário, o Flamengo exibiu os velhos problemas evidentes mesmo quando ganhava. Dezenas de chances desperdiçadas por capricho, e pior, a confusão habitual na defesa, que provoca pânico. O gol da vitória parcial de 1 a 0, no primeiro tempo, surgiu da troca de passes – Léo Pereira, La Cruz, Lorran – que o time errava em sequência em partidas anteriores. Pedro deu um corte em Cacá, que caiu sentado, e contou com a falha grotesca do gigante Carlos Miguel, que havia realizado ótimas intervenções. Ô posição desgraçada…

No intervalo, duas trocas, uma de cada lado. Enfim, o Flamengo lançou Gabriel – gols em finais de três Libertadores – na vaga de Pedro, e Yuri Alberto substituiu Paulinho, mantendo o esquema de três zagueiros. Logo, não houve mudança no cenário. O Rubro-Negro fantasiando em excesso, sem finalizar com sucesso, e o Corinthians, como time pequeno, apostando em contra-ataques. Aos 12, Cacá livre, à vontade, chutou livre e Rossi fez milagre. Mas, aos 17, Cacá – o personagem negativo do clássico – perdeu a bola na saída de jogo, e Gérson, rolou para Lorran empurrar, sem firulas, para dentro: 2 a 0.

A equipe paulista largou a retranca. Mas o Flamengo continuou com vida dupla: chances para ampliar e para tomar gols. Bola alta na área rubro-negra é para gelar o torcedor. Com meia hora, Antônio Oliveira desfigurou o Corinthians com várias mexidas, e a retaguarda do time carioca continuou apanhando. Mas como a coisa caminhava para o fim, e o catadão paulista é fraquinho, não aconteceu mais nada.

E Tite?

Tite não seria demitido hoje, mesmo com uma derrota, e poderá respirar. Não seria possível arrumar a casa até quarta-feira. E os prováveis acordos internos – sugeridos aqui – permitiram a vitória sobre os paulistas. Mas o Flamengo terá problemas para vencer o Bolivar, que integra o City Football Group, e cuja liderança de chave, na Libertadores, é conseqüência da profissionalização – que envolve muitos dólares – imposta pelos árabes dos Emirados. Afinal, o time não é pior que o Corinthians, acredite quem quiser, pois é mais disciplinado na defesa, pressiona muito no meio e é letal no setor ofensivo. Não seria uma surpresa se o Rubro-Negro fosse eliminado pelos bolivianos dentro do Maracanã. E nessa Tite – hoje vestido com traje de aniversário de criança – vai embora.

A propósito: o que é Fagner no futebol de hoje? Quando saiu de campo foi possível perceber que havia participado da partida… Ou não teria entrado?

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