Personalidades do futebol gaúcho do presente e do passado uniram esforços para ajudar e amenizar o sofrimento das pessoas afetadas pela catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul. Rochet e Enner Valencia, do Internacional, e Diego Costa, do Grêmio, lideraram iniciativas solidárias. O goleiro serviu refeições aos necessitados, o atacante entregou doações em um centro de assistência e o centroavante forneceu motos aquáticas para auxiliar nos resgates.
O jogador uruguaio compareceu ao Centro Social Padre Leonardi, na Restinga, zona sul de Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira. Ele doou 40 cestas básicas e 40 kits de material de limpeza, além de prestar apoio aos voluntários e ajudar na preparação de refeições.
“Trouxemos alimentos e vim dar meu apoio. Além de prover ajuda econômica, é importante estar presente e mostrar que estamos disponíveis para ajudar. Muitas pessoas precisam de apoio, de ouvir palavras de conforto e compartilhar suas dificuldades”, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha.
Rochet destacou a importância de deixar de lado as rivalidades entre Inter e Grêmio diante da situação emergencial. Ele enfatizou a necessidade de continuar doando para minimizar os impactos causados pelas enchentes em diversos municípios do estado.
“Não importa a nacionalidade, religião ou clube. Estamos todos juntos. Este é o nosso objetivo”, afirmou Sergio Rochet.
Renato Gaúcho grava vídeo
Diego Costa, do Grêmio, também fez sua parte em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana. Segundo relatos, ele disponibilizou quatro motos aquáticas para auxiliar no resgate das pessoas ilhadas em suas residências devido às inundações.
“Meu bairro em Eldorado está debaixo d’água. O Diego Costa chegou lá ao meio-dia e perguntou como poderia ajudar. As pessoas pediram apoio para resgatar as famílias. Em menos de meia hora, ele enviou sua equipe com quatro jet-skis para ajudar na retirada das famílias afetadas”, relatou um torcedor chamado Paulo Baier.
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, entrou em contato com os assessores do Governador Eduardo Leite para oferecer assistência. O principal desafio é a logística para enviar as doações, que estão sendo superadas. O treinador gravou vídeos pedindo à população do estado para se engajar na ajuda aos afetados.
“Ajude as famílias afetadas pelas chuvas. Dirija-se aos locais indicados pelo clube e faça sua contribuição. Estamos precisando muito. Contribua!”, declarou Renato em uma rede social.
Ronaldinho presta solidariedade
Ronaldinho Gaúcho, nascido na zona sul de Porto Alegre, manifestou solidariedade em suas redes sociais. Ele está na capital gaúcha e descreveu a situação do estado como “terrível”, convocando seus fãs e seguidores a se juntarem à campanha de solidariedade.
“Galera, como vocês sabem, meu estado está enfrentando uma grande catástrofe. Estou aqui agora, acompanhando de perto esse momento terrível. Nós somos da zona sul de Porto Alegre, e o prejuízo por aqui é grande, mas graças a Deus eu e minha família estamos salvos e em oração. Nesse momento, o foco está em ajudar a resgatar as famílias que estão ilhadas e tentando sobreviver. Convoco o Brasil e o mundo inteiro a se juntarem a nós nesta campanha solidária”, escreveu Ronaldinho.
O capitão Dunga e Paulo César Tinga, em resumo, contribuíram por meio de seus projetos sociais, doando alimentos e preparando refeições. D’Alessandro, ídolo do Internacional, afinal, aderiu à corrente e pediu mobilização para auxiliar aqueles que foram desalojados.
“Estou aqui para falar sobre a situação em nosso estado, o Rio Grande do Sul. A situação é grave, com muitas pessoas desabrigadas e isoladas. Além de expressar minha solidariedade, é fundamental conscientizar e mobilizar as pessoas para ajudar a reconstruir a vida de muitas famílias. Toda contribuição é bem-vinda nesse momento de necessidade. É um momento delicado, mas não podemos desistir”, comentou o argentino.
Sete toneladas
Em Caxias do Sul, ademais, sete toneladas de suprimentos, incluindo alimentos, água, roupas, colchões, produtos de limpeza e higiene, além de ração animal e outros itens, foram arrecadadas no estádio Alfredo Jaconi, casa do Juventude. Jogadores, comissão técnica e funcionários do clube doaram mais quatro toneladas.
Só para exemplificar, o nível do rio Guaíba, em Porto Alegre, atingiu 4,58 metros e continua subindo após as fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul desde a semana passada. Essa é a maior marca registrada desde a enchente histórica de 1941, quando o nível chegou a 4,76 metros. A cota de inundação é de 3 metros na região do Cais Mauá.
O estado, em suma, contabiliza 32 mortes, 74 desaparecidos e 56 feridos. Cerca de 24.252 pessoas estão desabrigadas, sendo 7.165 em abrigos e 17.087 desalojadas (hospedadas na casa de parentes ou amigos). Dos 496 municípios do estado, 235 enfrentaram problemas decorrentes das chuvas, afetando 351.639 pessoas.
O governo estadual, por fim, decretou estado de calamidade, que foi reconhecido pelo governo federal. Sendo assim, o estado está habilitado a solicitar recursos federais para ações de assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
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