Pedro e Cano dividem a aposta do Coração Valente
Foto: Divulgação/Flamengo e Fluminense
Pedro e Cano dividem a aposta do Coração Valente

Washington há 20 anos comemora um feito. Em 2004, o então atacante do Athletico encerrou o Campeonato Brasileiro com incríveis 34 gols. Foi capaz de derrubar o recorde anterior, de 31, e desde então nunca ninguém o alcançou. Em entrevista ao “Torcedores.com”, às vésperas do começo de mais uma edição do Brasileirão, o ex-jogador aponta quem tem mais chances de igualá-lo na competição deste ano:

“Tem o Cano (atacante do Fluminense), que foi o jogador que chegou mais perto recentemente. O Pedro (jogador do Flamengo), eu também vejo com potencial para isso. E é difícil dizer outro jogador. Apenas esses dois mesmo. O Palmeiras é um time que também poderia ter um jogador nessas condições, por ser um time muito forte, talvez o Flaco López”, opinou.

Às vésperas do início do Brasileirão, Pedro e Flaco López tiveram um início de temporada melhor que Cano. O argentino começou a temporada com três gols e uma assistência em 10 jogos. Enquanto isso, o camisa 9 rubro-negro marcou em 13 dos 14 jogos da temporada e o camisa 42 alviverde balançou as redes 11 vezes nas 18 partidas até aqui. Enquanto Washington chegou a média de 0,89 gols por partida no Brasileiro de 2004, Pedro tentará manter a média atual de 0,92 gols por jogo e Flaco López chegou a 0,61 gols por partida com o gol contra o Liverpool pela Libertadores na noite da última quinta-feira (11).

A façanha do Coração Valente

Washington alcançou a marca em uma época em que o Campeonato Brasileiro tinha 42 rodadas e não as 38 atuais. Além disso, como as outras competições mais importantes do calendário não eram paralelas, casos da Copa do Brasil e da Libertadores, na época, mais concentradas no primeiro semestre, os jogadores tinham a chance de se dedicar unicamente à competição de pontos corridos.

“É muito difícil chegar aos 34 gols hoje em dia, são menos jogos e os grandes times disputam o Brasileiro com até outras duas competições ao mesmo tempo, então o jogador não consegue jogar todos os jogos do Brasileirão. Em 2004, o Athlético disputava apenas o Brasileiro e isso faz diferença”, disse.

Aparentemente, é necessário quase um alinhamento cósmico para o recorde de Washington ser batido. O jogador postulante ao feito precisa viver grande momento, é bom que seja o principal cobrador de pênaltis do time, necessita jogar por uma equipe capaz de criar várias chances de gol por partida, não se lesionar, ser um jogador que receba poucos cartões amarelos e vermelhos para perder o mínimo de jogos possível, além de ter uma média de gols por partida realmente alta – Washington fez 34 gols em 38 jogos, uma média de 0,89 gol por partida.

Entre os principais goleadores em atividade no futebol brasileiro hoje, apenas três já foram tão goleadores quanto Washington em uma competição nacional. Em 2010-2011, Hulk foi artilheiro do Português pelo Porto com média de 0,88 gol por jogo. Em 2019, Cano foi o maior goleador do Campeonato Colombiano com média de 0,91 por jogo. O caso mais recente de média excepcional foi o de Enner Valencia, que em 2022-2023 teve média de 0,93 gol por jogo no Campeonato Turco. Para se ter uma ideia, Paulinho, do Atlético-MG, foi o artilheiro do Brasileiro de 2023 com média de 0,55 gol por jogo.

Washington admite: não torce para o recorde ser batido

Vinte anos depois, Washington ainda saboreia aquela que foi a melhor temporada de sua carreira em termos individuais. Serviu definitivamente como um divisor de águas, colocando o artilheiro para sempre na mira dos maiores clubes do Brasil e com as portas abertas no futebol internacional.

“Esse recorde é muito importante para mim, são 20 anos já com esse número. Foi uma temporada incrível, em que tudo deu certo. Muito importante para mim, sem dúvida. Infelizmente, só não tivemos o título brasileiro (o Athletico terminou em segundo lugar, perdendo a taça para o Santos na última rodada), mas fora isso, foi maravilhoso. Fico muito feliz e acredito que esse recorde ainda vai durar por um bom tempo”, acredita.

Questionado sobre o quanto é importante para ele seguir como detentor do recorde de gols numa só edição do Campeonato Brasileiro, ele foi sincero.

“Não vou ser hipócrita de dizer que não gosto que a marca ainda seja minha. Enquanto ela permanecer comigo, eu vou celebrar. Mas é um número tão difícil de ser atingido hoje em dia que, se um jogador conseguir igualar, ele merece muitos parabéns, merece ser muito festejado por mim e por todos no futebol”, finalizou.

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