Cuca, treinador do Athletico, se pronunciou sobre o caso de 1989 em que está envolvido — Foto: Reprodução/Rede Furacão
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Cuca, treinador do Athletico, se pronunciou sobre o caso de 1989 em que está envolvido — Foto: Reprodução/Rede Furacão

No mês em homenagem às mulheres, o Terrabolistas, desta segunda-feira (11), debateu sobre os casos de assédio que repercutiram ao longo dos últimos dias no futebol mundial. Afinal, esse esporte é um retrato da sociedade e o que acontece dentro e fora de campo reflete diretamente em aspectos importantes da construção social do Brasil. Durante a conversa, casos como o de Robinho, na Itália, o do técnico Cuca, que assumiu o Athletico-PR, em meio à pressão sobre o fato de violência sexual, que ocorreu em 1987.

Além disso, houve o caso da denúncia de uma jornalista de um assédio do mascote do Internacional e uma mulher foi agredida no Nilton Santos em uma partida do Botafogo. Veja as opiniões do âncora Dario Vasconcellos, das jornalistas Ana Cristina Schwambach, da CNN Brasil, Isa Ayami, do BandSports, e do colunista do Terra, Alexsander Vieira.

Importante exemplo no Nilton Santos

Ana Cristina Schwambach (CNN Brasil): “Eu acho que o caso do Botafogo mostra como o clube pode ser um aliado muito grande na causa. O clube carioca tem um projeto no Nilton Santos desde o ano passado. Se não me engano é uma representante da delegacia da mulher, não lembro exatamente qual é o cargo. Mas têm agentes especiais que entendem sobre assédio e importunação sexual no estádio, o que é ótimo”, explicou ao terrabolistas.

“O que aconteceu é que a torcedora brigou com outro torcedor. Ele deu um soco na cara dela, horrível. Mas o Nilton Santos estava preparado para lidar com essa situação. Na hora, eles identificaram o torcedor, fizeram a queixa e resolveram. Isso é importante e fica de exemplo. Neste caso, achei que funcionou e é ótimo para que alguns clubes aprendam. Esse tipo de iniciativa pode ajudar”, completou.

Apoio e mudança de pensamento

Isa Ayami (BandSports): “Acho que ele (Cuca) deu este depoimento depois do que repercutiu a jornalista Milly Lacombe, do Uol, que falou sobre a opinião dela e como a mulher se sente numa situação dessas. Como a mulher cresce nesta sociedade sem alguns direitos que os homens têm. Parece uma coisa natural e que tem que ser assim. Independente do caráter que ele merece pagar ou foi punido na justiça, tem a questão psicológica”, disse.

“Acho que é isso que as pessoas precisam entender. Ele deve ocupar qualquer atividade na teoria, mas todos precisam entender a gravidade desses fatos. Ele foi bem quando se expôs na coletiva. Sendo alguém que escreveu ou não, foi bem escrito. Espero que olhe para a gente de outra forma e não é sobre ter culpa ou querer estar ali. Nessas situações, a gente precisa apoiar a mulher e mudar a cabeça dessas pessoas”, acrescentou.

Mais do que palavras

Alexsander Vieira (Terra): “Na questão da justiça, de fato, o treinador (Cuca) não devia nada. Por mais que a gente não concorde, judicialmente o caso foi anulado. Tem a questão dos motivos dele não ter se defendido na ocasião (1987). Moralmente, ele precisa disso. A sequência dele no Athletico-PR vai depender das atitudes”, salientou.

“Ele vai ajudar Ongs, vai levantar essa pauta em diversas oportunidades? Vai se pronunciar quando acontecer novos casos e levantar essa bandeira? Se ele provar isso, poderá ter paz para trabalhar. Mas se foi só um pronunciamento de assessoria, terá sim a pressão. É importante essa luta e é importante a gente falar que o Tite errou ao defender o Daniel Alves e que os jogadores da seleção se calaram.”, concluiu

Terrabolistas

O Terrabolistas é um programa semanal do Terra, sempre às segundas-feiras às 10h. Mas você pode acompanhar a hora que quiser. Basta ir ao site do Terra no Youtube. Dessa forma, para acompanhar o programa desta semana, que também teve. Clique na arte abaixo. O jornalista Leandro Chaves deixa oficialmente o programa para um novo projeto, segundo divulgou Dario Vasconcellos em sua apresentação.

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