Luiz Araújo define a vitória do Flamengo em Fortaleza e corre para comemorar
Foto: Gilvan de Souza/ CRF
Luiz Araújo define a vitória do Flamengo em Fortaleza e corre para comemorar

O povo brasileiro é de fato fanático pelo futebol. Quase 50 mil pessoas foram ao Plácido Aderaldo prestigiar o encontro entre o Fortaleza, que perdeu a Sul-Americana em um pênalti mal cobrado para a LDU de Quito, e o Flamengo, que aguarda ansiosamente pelo fim de 2023, que para o clube carioca, ao contrário do 1968 descrito pelo poeta, terminou antes de começar, com a notável contratação de Vitor Pereira, quem nem Salazar teria coragem de elogiar.

E não é que o Flamengo ganhou por 2 a 0? O desespero de quem transmite, e precisa da audiência, é tal que a rapaziada cravou. “Tite dá uma aula à beira do campo”. Pelo que se nota, os alunos são surdos, ou preferem não ouvi-lo. Como dito, difícil comparar Tite a Pereira ou Jorge Sampaoli, que ajudaram, com a colaboração dos cartolas, a transformar o Rubro-Negro no grande fiasco de 2023. Mas o vilão das últimas duas Copas do Mundo está muito longe de ser o nome para dar jeito na terra arrasada. As entrevistas do técnico são idênticas à da ambientalista, que fala por horas, sem que se possa aproveitar algo de interessante. Ao torcedor do Flamengo apenas torcer para que a temporada termine logo – embora ainda restem sete amistosos.

Vale lembrar, como sempre, o que é absolutamente intolerável, que o Flamengo perdeu os oito títulos que disputou em 2023 – Taça Guanabara, Estadual, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Mundial, Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Não dá para esquecer o retumbante fracasso de um dos piores anos da história.

Primeiro tempo insosso

Flamengo e Fortaleza fizeram um primeiro tempo devagar quase parando, pois motivado, só o torcedor. O visitante manteve maior posse da bola. E o local apostou em contra-ataques. Mas o que houve de registro, até o intervalo, à exceção do gol de Pedro, em chute no canto direito, aos 44 minutos, foi uma corrida desabalada de Éverton Cebolinha, nos acréscimos, que terminou em chute nas mãos de João Ricardo. O comentarista disse que “o Cebolinha está voando”. Quis compará-lo, provavelmente, ao funcionário que deixa o paletó na cadeira, para sugerir presença, mas está eventualmente longe da repartição. Outros garantiram que a ausência do Pulgar foi a razão da derrota para o Santos. Quando o Pulgar vira referência, não há dúvida, a vaca já tomou o rumo do brejo.

E o Flamengo venceu!

O recomeço do jogo foi animado. Lucas Crispim, que substituiu Pochettino, foi logo acertando a trave de Rossi. Agora vai. Pois é. Em desvantagem, diante da multidão, o Fortaleza procurou reagir. Aos 15, Lucero – em posição irregular – conseguiu errar cabeçada fácil para transformar em gol. Em uma rara ação ofensiva, Arrascaeta lançou Mateuzinho livre, que ao seu melhor estilo, mandou a bola na Praia do Futuro. E eis que de repente, aos 22, acabou o gás de Arrascaeta, e ele, Vitor Hugo, que parecia esquecido, ressurgiu das cinzas.

O time cearense, também sem qualquer inspiração, promoveu um punhado de mudanças. Mas é tal a mediocridade, que tudo é possível. Tanto que Luiz Araújo fez 2 a 0 aos 42, quando o desinteresse pelo resultado era completo. Luiz Araújo lembra um cidadão das peladas no Horto na década de 1970, o Dá-lhe Bola, que não parava um segundo, e trombava o tempo inteiro, sem produzir nada de útil. Luiz Araújo 1 x 0 Dá-lhe Bola. Rapaz, o cara ganhou até troféu de Craque do Jogo.

No placar do Plácido Aderaldo, Flamengo 2 x 0, o que na prática fará pouca diferença para o prosseguimento do Brasileiro. O curioso, agora, é que o Botafogo terá que torcer para o Flamengo vencer o Palmeiras.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!