O Botafogo anunciava, há uma semana, a demissão do português Bruno Lage e a entrada, de forma interina, da dupla Lucio Flavio e Joel Carli para comandar a equipe nas partidas seguintes do Brasileirão. De lá para cá, tudo aconteceu como os jogadores esperavam. Afinal, o clima no dia a dia se encheu de confiança novamente e o resultado, em campo, também saiu, após quatro partidas de jejum. Além da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, no Maracanã, o time também resgatou o estilo e a identidade que deu bastante certo no primeiro turno.
A nova comissão técnica fez o simples, ou o “arroz com feijão”, como definiu o lateral e capitão Marçal. Em outras palavras, recolocou as peças em suas posições originais. Assim, o Alvinegro voltou a ser mais agressivo e vertical com a bola nos pés e compacto na recomposição na defesa, sem a exposição da pressão da marcação alta cobrada por Lage. Isso melhorou, aliás, o desempenho pessoal de vários atletas.
Casos de Di Plácido, que ganhou 10 dos 12 disputas de bola e teve boa atuação após ter sido barrado pelo ex-técnico, e de Marlon Freitas, que voltou a ter o apoio de Tchê Tchê tanto na proteção à zaga quanto na distribuição do jogo. E, claro, Tiquinho Soares, que também ficou fora dos onze titulares contra o Goiás, na semana passada, e retomou sua vaga como centroavante, marcando mais um belo gol.
Motivação com palavras certas
Para o técnico Lucio Flavio, o mérito do triunfo no clássico foi do elenco. No entanto, ele usou as palavras certas para motivá-los. Passou confiança e os deixou à vontade para debater a melhor forma de jogar, que é semelhante à que o ex-meia pensa o futebol.
“Grupo muito focado, maduro e ciente daquilo que eles querem, principalmente em relação a essa competição. Aconteceu uma mudança. E o que acredito de ter vindo para um jogo como esse é especialmente a necessidade de ter um resultado positivo com vitória. Passamos por um período em que tivemos as derrotas e por último o empate. O grupo nunca deixou de acreditar no que levou eles a serem os líderes desde o início do Brasileiro. Só tenho a parabenizar o elenco”, enalteceu Lucio.
Para o atacante Júnior Santos, a palavra “identidade” foi o caminho para explicar a mudança. O próprio jogador, aliás, foi mais um a voltar a jogar bem e até marcar um gols da equipe, algo que não acontecia há mais de cinco meses.
“A gente tem uma identidade. Conseguimos colocar isso em campo. Foi difícil para o Bruno Lage, que chegou no meio do campeonato, pegar isso. O Carli já treinava (com a gente, ainda quando jogador), já conhecia a gente. Tanto pra ele, quanto para o Lucio, que pegaram aquele início de trabalho, conseguiram colocar isso (o jeito) e deu certo”, crê Júnior Santos.
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