Jayme de Almeida com a medalha da Copa do Brasil de 2013
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Jayme de Almeida com a medalha da Copa do Brasil de 2013

Em novembro, os torcedores do Flamengo celebrarão os dez anos do título da Copa do Brasil de 2013. Mas, antes disso, o Rubro-Negro terá pela frente o São Paulo pela final da competição desta temporada. Para comentar sobre como chega o time carioca para essa final, o Jogada10 conversou com Jayme de Almeida, ex-jogador do clube nos anos 70 e que, como treinador, dirigiu o time no tricampeonato da Copa do BR-13.

Ídolo do torcedor flamenguista, Jayme de Almeida relembrou a trajetória de sua equipe em busca do título em 2013. Auxiliar-técnico permanente do clube, ele assumiu a equipe após a saída de Mano Menezes. Daí, fez com que o time engatasse na temporada, com jogadores que, inicialmente, não tinham tanto prestígio, mas que no final tornaram-se nomes importantes na história do clube.

“Há dez anos conquistamos aquele título que marcou muito a minha vida dentro do futebol e do Flamengo, que sempre foi a minha casa. O que marcou a trajetória foi a forma como eu assumi o time, após a saída do Mano (Menezes). Foi muito difícil no início, já que ninguém esperava a saída dele, que aconteceu após uma derrota para o Athletico. Assim, a minha construção foi em cima de resgatar a autoestima daquele grupo que eu conhecia muito bem. Afinal, eu estava no Flamengo desde 2010. Conhecia as características do jogadores, isso me ajudou muito”, iniciou Jayme de Almeida.

“A minha primeira grande meta era fazer eles (jogadores) voltarem a acreditar neles e, junto a isso, fazer com que a torcida apoiasse o time. A torcida do Flamengo é um fator preponderante na história do clube. Dessa forma, com a torcida ao nosso lado, poderíamos chegar bem longe na Copa do Brasil”, completou o treinador.

Dupla Paulinho e Hernane

Se o Flamengo, atualmente, conta com Bruno Henrique e Gabigol como dois dos grandes nomes da equipe, em 2013 foram Paulinho e Hernane que brilharam com a camisa rubro-negra. Para Jayme, a dupla foi fundamental na conquista. O ex-treinador citou a virtude desses atletas. Apesar de não compará-los com os atuais jogadores da equipe, ele enalteceu as passagens deles pelo clube.

“Naquele momento, quando o time cresceu, com a confiança em alta, eles fizeram uma Copa do Brasil fantástica. Paulinho pela sua velocidade, pelos dribles e passes. Em contrapartida, o Hernane, com a sua tremenda capacidade de fazer gols, arrebentou. Foi o artilheiro daquele ano. Um jogador em quem muita gente não acreditava, mas que sempre trabalhou muito forte. Conquistou a galera do Flamengo com uma quantidade de gols fantásticos”, garantiu Jayme de Almeida.

“O Paulinho, quando eu o coloquei pelo lado esquerdo, cresceu muito de produção. Fez um campeonato maravilhoso, uma final da Copa do Brasil excelente. Eu não gosto de comparar Gabigol e Bruno Henrique com eles. Os dois são fenomenais até hoje, com uma história bonita. Mas, naquele momento que o Flamengo passava, Hernane e Paulinho foram fantásticos”, complementou.

Momento atual do Flamengo com críticas ao trabalho de Sampaoli

Assim como grande parte da torcida, Jayme de Almeida vê o técnico Jorge Sampaoli com dificuldade de fazer a sua equipe performar em campo. Para ele, falta uma sequência de bons desempenhos para a equipe decolar. Assim, dedicou a sua torcida ao treinador, para que ele consiga fazer com que o Flamengo conquiste o pentacampeonato da Copa do Brasil.

“O Flamengo tem muita coisa a crescer, a melhorar. Percebe-se que o Sampaoli está com dificuldade de fazer com que a equipe funcione de uma maneira coesa durante os jogos. Tem muitos altos e baixos, com momentos bons e difíceis. Está insegura em relação a defender. Esperamos que a coisa volte a funcionar. Que os jogadores do Flamengo, que são de alto nível, possam passar por isso e fazer uma grande final de Copa do Brasil. Mas acho que tem que melhorar. A gente fica na expectativa enorme, pelo amor que a gente tem ao clube. Tem muitos jogadores ali que conhecemos e, por isso, torcemos ainda mais. No entanto, está em um momento complicado. Vamos torcer para que o Sampaoli faça o Flamengo ter grandes momentos no Maracanã”, opinou Jayme.

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Consequências da saída de Dorival Júnior no fim de 2022

“A saída do Dorival é uma coisa que eu, pelo menos, não consigo entender. O trabalho dele foi excelente, com duas conquistas. Elevou o nível do Flamengo quando assumiu, o time jogava bonito, entrosado. Até colocou o Gabigol e o Pedro juntos, deu muito certo. Mas veio a notícia no final do ano de que o Flamengo não iria renovar com o Dorival. Não vou falar injustiça, mas é meio inexplicável a saída dele em um momento em que o time estava bem, ganhando títulos. Até a chegada de um novo treinador, para conhecer o elenco e montar uma equipe, demora, e acabou prejudicando o Flamengo neste ano. Até hoje a equipe não tem um ideal de jogo em razão dessa troca contínua de técnicos.”

Sinergia entre torcedores e jogadores em busca do título contra o São Paulo

“Todos têm que estar juntos. Jogadores e torcedores, com união, vontade e humildade para todos darem o melhor. Nós esperamos isso. Que o Flamengo faça dois grandes jogos. O São Paulo é um adversário muito difícil. Assim, será um grande confronto. A gente fica na expectativa boa por tudo que esse grupo de jogadores já fez com a camisa rubro-negra. Dessa forma, espero que a equipe volte a jogar um bom futebol e conquiste o quinto título da Copa do Brasil.”

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Ainda sobre o título da Copa do Brasil de 2013…

Para Jayme, o Flamengo era a zebra da Copa do Brasil

“Veio o jogo do Botafogo. Favoritismo total deles, mas a gente conseguiu o empate no jogo da ida e, posteriormente, na volta, vencemos por 4 a 0. A partir daquele momento a equipe começou a acreditar mais nela. Não só na Copa do Brasil, mas também no Brasileirão, que estávamos brigando para não cair. Dessa forma, no final do ano, graças a Deus, não caímos para a Segunda Divisão e ficamos com o título da Copa do Brasil, em uma final fantástica contra o Athletico.”

“O Flamengo não era favorito. Na realidade, éramos uma grande zebra, por tudo que tinha acontecido durante o ano, até pela saída do Mano. Mas os jogadores conseguiram se reestruturar e conquistar o título. Eu tenho muito orgulho de ter trabalhado junto com eles neste momento tão difícil. Eles se uniram, se abraçaram e deram a volta por cima de uma maneira fantástica. Naqueles três últimos jogos, contra Botafogo, Goiás e Athletico, jogos dificílimos, fomos muito guerreiros, com uma determinação muito grande desses meninos. Assim conquistamos os títulos.”

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