O Flamengo, de Sampaoli, jogou razoavelmente um tempo, no qual poderia liquidar o Coritiba – que luta desesperadamente contra o rebaixamento e só ganhou três partidas em 20. E até venceu, por 3 a 2, com um chute espírita de Gérson nos acréscimos. Mas cumpriu tabela na etapa final, como será até o fim do Brasileiro, dado que a possibilidade de conquistá-lo é zero, e a busca da vaga na próxima Libertadores também é quase um devaneio, levando-se em conta que o time cai inevitavelmente a cada rodada. Será complicado para o torcedor rubro-negro aturar esse campeonato até o fim. São 18 amistosos de luxo – sem luxo – até dezembro.
Assim, o que resta agora é demitir Jorge Sampaoli, uma das invenções do clube na década atual, para salvar 2023. A tarefa é urgente. O Flamengo tem duas chances para ganhar pelo menos um título – um, Bruno Spindel e Marcos Braz, um só – em oito disputados: rifar o bípede vulgar e jogar – que a sorte acompanhe o clube – a segunda da Copa do Brasil no Maracanã.
Jogo duro
O Coritiba começou atraindo o Flamengo, para surpreendê-lo nos contra-ataques, o que conseguiu aos 14 minutos, após lançamento para Róbson, que invadiu a área e foi derrubado por Felipe Luiz. O próprio atacante paranaense converteu. Logo depois, em lance de imagem próxima, Marcelino Moreno calçou Wesley, e Gabriel, sem preciosismo, fez 2 a 1. A partida permaneceu equilibrada, mas a equipe da casa deixava espaços generosos, que o Rubro-Negro não aproveitou, desperdiçando pelo menos três saídas em velocidade que poderiam terminar em novo gol. O que, na prática, irritou muito.
No intervalo, o time paranaense promoveu duas trocas, sacando inclusive o lateral Diogo Batista, que tomava um baile de Bruno Henrique. Mas mal começou a etapa derradeira, e o Flamengo, estático, ofereceu o empate ao adversário, após cruzamento rasteiro, que Edu concluiu: 2 a 2.
As substituições de Sampaoli
É fato que o jogo, com desenho favorável à equipe carioca, voltou a ganhar dificuldade, pois o Coritiba percebeu que não poderia dar tanto campo, pois recuou, apertando a marcação, para apostar em avanços estratégicos. Aos 15 minutos, o andarilho substituiu Felipe Luiz e o bonde Vitor Hugo, por, respectivamente, Ayrton Lucas e Éverton Ribeiro, dado que o Flamengo já não via a cor da bola.
No entanto, o Flamengo não dá realmente nenhuma pista que pretende brigar pelo título, embora isso seja realidade faz tempo. O time carioca, em dado momento, como ocorre habitualmente, parece que está em órbita, tentando descobrir um novo planeta. Aos 25, o que chamam de técnico tirou Gabriel – ele e Pedro, os dois maiores artilheiros do Flamengo nos últimos cinco anos não estavam em campo. Surgiram mais modificações e o nível do jogo era de fazer criança chorar no berço. A bola era agredida a cada minuto e só o imponderável do futebol seria capaz de mudar o panorama. E não é que ele – o imponderável – apareceu? Sem mais o que fazer, pois a pelada se arrastava, Gérson bateu de longe e fez 3 a 2. E o confronto acabou.
O Flamengo não fez mais que obrigação ao ganhar do vice-lanterna. Será impraticável suportar isso até o fim do Brasileiro.
Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook .