O São Paulo não tem um time espetacular, nem joga um futebol capaz de despertar as multidões. Mas conseguiu, com Dorival Júnior, demitido misteriosamente pelo Flamengo, um mínimo de qualidade para levá-lo a brigar pelo título de pelo menos duas competições, a Sul-Americana e a Copa do Brasil.
Estivesse o citado treinador no lado oposto na decisão do torneio nacional, prevista para 17 e 24 de setembro, o Flamengo seria o favorito natural. Não só pela qualidade individual de seus atletas, que ainda é superior, mas pela capacidade que o técnico tem de agregar valores, dentro e fora do campo. Fatores fundamentais para as vitórias.
Jogadores comemoram o gol ao lado de Sampaoli. Foi sincero?
Dorival não é o maior de todos os tempos, nem um comandante infalível. Mas possui o carisma e, principalmente, a afinidade que esteve absolutamente ausente no Rubro-Negro desde que ele deixou a Gávea, no fim de 2022. Não à toa, o time perdeu sete das oito competições que disputou em 2023. Afinal, estava nas mãos de duas figuras que nada acrescentam ao futebol. Estrangeiros ou não, isso pouco importa.
Vitor Pereira e Jorge Sampaoli são apenas andarilhos à beira das próprias carreiras, de passagens sem brilho por vários continentes. O lusitano já tomou o rumo da volta às origens. Mas o venetoraptor gassenae continua – pelo que se sabe – ditando as ordens no Flamengo. Ele escala mal, substitui pior, é obrigatoriamente levado a esclarecer os fatos de forma eventualmente incompreensível, não tem capacidade para administrar o ambiente, e pior, não mostra qualquer desejo de interatividade com quem quer que seja.
Celebração dos jogadores com Sampaoli…
A celebração em torno do curioso réptil, após o gol da vitória de ontem sobre o Grêmio foi dos episódios mais fakes – para usar palavra da moda – dos últimos tempos. Bípede e terrestre, é de linhagem desconhecida, cuja evolução a ciência ainda não explicou, e caso permaneça no cargo levará o clube a perder a oitava – oitava – e última possibilidade de ganhar um título na temporada.
É recomendável, pois, a demissão do estranhíssimo fóssil da era mesozóica antes da lamentação definitiva. Há um mês para fazê-lo. Não é muito, mas um tempo hábil para tentar varrer a terra arrasada, e quem sabe, reconquistar atletas, torcedores e pelo menos um título. Um só, Bruno Spíndel e Marcos Braz, um só. Está em vossa mãos a oportunidade de devolvê-lo à paleontologia ou ao Museu Nacional.
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