Entre tantas fases difíceis, o Botafogo foi dominante no Campeonato Brasileiro em apenas dois momentos recentemente: com o time atual, que quebra recordes e faz história, e com o elenco que tinha Seedorf. Aliás, há exatamente dez anos, o Glorioso também chegava na reta final do primeiro turno na liderança da classificação. Mas, afinal, qual dos dois é melhor? O Jogada10 ouviu especialistas e fez a comparação.
Em 2013, Jefferson, Bolívar, Renato e Seedorf formavam a espinha dorsal da equipe, que tinha Oswaldo de Oliveira no comando. Com o Cruzeiro na cola, o Alvinegro disputou ponto a ponto a dianteira da tabela. Na reta final, porém, perdeu fõlego e terminou em quinto lugar. Hoje, o artiljheiro Tiquinho Soares talvez seja o principal destaque, mas a força do sistema defensivo, apoiado no excelente momento de Lucas Perri e Adryelson, não fica atrás. E os 11 pontos de vantagem sobre o vice-líder colocam o Botafogo como favorito ao título.
Jornalistas elegem cinco unanimidades
Para o comentarista Mauro Beting, a coletividade da versão 2023 é o diferencial. E lembra um outro campeão recente.
“Individualmente, talvez aquele Botafogo tivesse nomes melhores, mas esse atual, coletivamente, é mais ajustado e com muito mais chances de ser campeão. Até porque a campanha é fantástica, lembra bastante a do Corinthians de 2017, com o Carille. Também não se esperava tanto e se manteve muito forte. É provável que não mantenha essa distância até o final, mas o importante é manter a competitividade e ser o líder na rodada 38. Os adversários principais estão oscilando, o que também ajuda”, analisou Beting.
As escalações são as seguintes: J efferson, Lucas, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Renato, Lodeiro e Seedorf; Vitinho e Rafael Marques , na tendência de um 4-4-2. Em disputa com Lucas Perri; Di Plácido, Adryelson, Victor Cuesta e Marçal; Marlon Freitas (Danilo); Tche Tche e Eduardo; Junior Santos, Luís Henrique e Tiquinho , uma formação no 4-3-3 de Castro/Caçapa/Lage.
Na comparação, afinal, Adryelson, Cuesta, Renato, Seedorf e Tiquinho são as únicas unanimidades. Veja abaixo:
MAURO BETING, comentarista da Jovem Pan e TNT Sports
Jefferson, Lucas, Adryelson, Cuesta, Julio Cesar; Mattos, Renato, Seedorf; Lodeiro, Vitinho e Tiquinho
EDUARDO TIRONI, comentarista e apresentador
Perri; Di Placido, Adryelson, Cuesta e Marçal; Marlon Freitas, Renato e Eduardo; Seedorf, Tiquinho e Luis Henrique
LEONARDO PEREIRA, editor e colunista do Jogada10
Perri, Lucas, Adryelson, Cuesta, Marçal; Mattos, Renato, Seedorf e Eduardo; Vitinho e Tiquinho
Ou seja, por 6 a 5, o Botafogo atual leva a melhor na comparação de jogador por jogador.
Perri, Lucas, Adryelson, Cuesta e Marçal; Mattos, Renato, Seedorf e Eduardo; Vitinho e Tiquinho
Com base na defesa e na atitude do time, o editor Jogada10 , Leonardo Pereira, também vê a equipe atual mais pronta e mais completa para não deixar o ritmo cair. Dessa forma, enfim, fazer o Botafogo ser tricampeão brasileiro, 28 anos depois da última taça.
“Eu, particularmente, destaco números, defesa segura e, sobretudo, momento. Explica-se: em 2013, o Glorioso ainda tinha sobre si aquela famosa síndrome de “há coisas que só acontecem com o Botafogo”. Em alguma rodada, o encanto acabaria. Nesta temporada, não. O time perdeu o seu treinador depois de vencer, fora de casa, o principal candidato ao título e colocar sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Parece que, passado o luto de algumas horas, ficou ainda mais forte. Agora, são 12. É uma distância enorme. São 4 a 5 rodadas, com as Copas pelo caminho. Este grupo tem, também, uma força mental assombrosa. É uma equipe, com o perdão do trocadilho futebolístico, “preparada para sofrer” durante a partida e responder, de forma letal, em uma ou duas estocadas. Me lembra, pela campanha, o Napoli campeão italiano. Pelo futebol, o Atlético de Madrid de Diego Simeone, duas vezes campeão espanhol”.