Escola de samba tricolor homenageia personalidades negras do Fluminense
Gabriel Andrezo
Escola de samba tricolor homenageia personalidades negras do Fluminense

No próximo dia 20, quando a maior parte dos foliões já estiver de ressaca, na reta final de mais um Carnaval, o coração tricolor passará na avenida, mas não na Sapucaí: a Avenida Ernani Cardoso, novo palco dos desfiles da Série Bronze, que historicamente ocorria na Intendente Magalhães, em Campinho (a 250m do novo local). E quem vai embalar uma grande homenagem ao Fluminense é a Guerreiros Tricolores, uma escola totalmente inspirada no clube.

No próximo dia 20, quando a maior parte dos foliões já estiver de ressaca, na reta final de mais um Carnaval, o coração tricolor passará na avenida, mas não na Sapucaí: a Avenida Ernani Cardoso, novo palco dos desfiles da Série Bronze, que historicamente ocorria na Intendente Magalhães, em Campinho (a 250m do novo local). E quem vai embalar uma grande homenagem ao Fluminense é a Guerreiros Tricolores, uma escola totalmente inspirada no clube.

O enredo escolhido pela escola é Chico Guanabara, torcedor-símbolo do Fluminense nos anos 1910 e 1920. A opção não é por acaso: a busca é por contar a história do clube do ponto de vista dos negros que o construíram. De acordo com a própria Guerreiros, explicar a “vilanização do Fluminense no contexto da democracia racial” que fez o clube ser apontado como elitista. Mas também provar que se trata do clube “de todos e todas”.

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“Naquela época, a sociedade brasileira era racista: não existia só no Fluminense. Assim, ao conhecer a história de Chico, um negro, capoeirista e tricolor, nos sentimos totalmente identificados. Ele deu mais emoção e alegria à maneira de torcer. Então, não tenho medo nenhum de dizer que os torcedores de hoje, de qualquer clube, são herdeiros de Chico Guanabara”, afirma Gian Gonçalves, presidente da Guerreiros, ao Jogada10 .

De fato, este é o título do enredo: “Herdeiros de Chico Guanabara”. Além de apontar a primazia de um homem negro e torcedor do Fluminense, a escola quer acabar com os rótulos de que o Tricolor seria um clube elitista. Dessa forma, olha para os grandes ídolos negros do clube, como Assis, Washington, Waldo, Escurinho, Altair e outros.

Quem foi Chico Guanabara?

De acordo com o cronista Mário Filho, Chico Guanabara era um “valentão de chapéu de aba cortada, do alto da cabeça, lenço no pescoço, navalha no cinto, tamanco saindo do pé”. Destoava da torcida contida dos primórdios do futebol, com gritos e apoios que eram ouvidos por todos nos estádios. Reza a lenda que seus gritos intimidavam até árbitros e, assim, também adversários.

Tinha esse apelido por morar no Retiro Guanabara, vila que ficava então atrás da sede do clube. Tamanha paixão fez Chico ser preso em 1915, num Fluminense x America, por brigar com um rival. Mas seu espírito foi grandemente exaltado como sinônimo de amor ao clube. Finalmente, em 2021, a FluTV produziu a série “Herdeiros de Chico Guanabara” em 12 episódios, contando sua história e de outras personalidades negras e tricolores.

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Escola da Série Bronze, Guerreiros levará grandes tricolores negros à avenida – Divulgação

“A sapiência da FluTV em criar essa série serviu para desmitificar a história de que só havia racismo no Fluminense. Afinal, ele existia em toda a sociedade”, ressalta Gian, citando a websérie como fonte de inspiração para a criação de um vasto enredo e também para quebrar paradigmas:

“Em 35 minutos de desfile, será complicado contar tudo… Mas, quando se olha para a arquibancada, há uma legião de tricolores negros. Vamos exaltar os grandes bambas do samba, como Cartola, Donga, Noca da Portela… Todos tricolores. São protagonistas do Fluminense nos campos, na cultura e em todos os espaços de empoderamento. Rótulos negativos se quebram com ações e políticas afirmativas. É uma forma de fazer as pessoas refletirem sobre esse o racismo, esse problema crônico brasileiro”.

Conheça o samba-enredo da Guerreiros Tricolores:

Chico, negro herói da Guanabara
Retinto guerreiro, um pioneiro
Ginga, malandro, capoeira
Fez de Laranjeiras o seu terreiro
Fluminense no gramado
Corre o sangue encarnado
Herança africana é tradição
No povo preto, acendeu uma paixão.

Desceu do Retiro, valente temido
O lenço torcido, navalha no cinto
Batalhas e cantos seu grito ecoou
Vestiu a camisa e se eternizou

Foi sentinela
Semente do samba que Donga gerou
Cartola, Mangueira, favela
Noca da Portela, Selminha encantou
Meu caro amigo, desculpe dizer
Quem nasceu tricolor
Já nasceu pra vencer
Sorriso no rosto, mistura essência
No grito do gol a raiz, resistência

Vai passar nessa avenida um clube popular
De todas as cores, com pé no samba
Que se orgulha da sua gente bamba

Vai passar nessa avenida
Um clube popular
De tantas glórias e tantas vitórias
Que tem orgulho da sua história

Compositores: Alexandre Araújo, Guilherme Salgueiro, Rodrigo Gauz e Léo Peres

Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter , Instagram e Facebook .

O post Escola de samba tricolor homenageia personalidades negras do Fluminense apareceu primeiro em Jogada 10 | Últimas notícias de Futebol .

O enredo escolhido pela escola é Chico Guanabara, torcedor-símbolo do Fluminense nos anos 1910 e 1920. A opção não é por acaso: a busca é por contar a história do clube do ponto de vista dos negros que o construíram. De acordo com a própria Guerreiros, explicar a “vilanização do Fluminense no contexto da democracia racial” que fez o clube ser apontado como elitista. Mas também provar que se trata do clube “de todos e todas”.

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“Naquela época, a sociedade brasileira era racista: não existia só no Fluminense. Assim, ao conhecer a história de Chico, um negro, capoeirista e tricolor, nos sentimos totalmente identificados. Ele deu mais emoção e alegria à maneira de torcer. Então, não tenho medo nenhum de dizer que os torcedores de hoje, de qualquer clube, são herdeiros de Chico Guanabara”, afirma Gian Gonçalves, presidente da Guerreiros, ao Jogada10 .

De fato, este é o título do enredo: “Herdeiros de Chico Guanabara”. Além de apontar a primazia de um homem negro e torcedor do Fluminense, a escola quer acabar com os rótulos de que o Tricolor seria um clube elitista. Dessa forma, olha para os grandes ídolos negros do clube, como Assis, Washington, Waldo, Escurinho, Altair e outros.

Quem foi Chico Guanabara?

De acordo com o cronista Mário Filho, Chico Guanabara era um “valentão de chapéu de aba cortada, do alto da cabeça, lenço no pescoço, navalha no cinto, tamanco saindo do pé”. Destoava da torcida contida dos primórdios do futebol, com gritos e apoios que eram ouvidos por todos nos estádios. Reza a lenda que seus gritos intimidavam até árbitros e, assim, também adversários.

Tinha esse apelido por morar no Retiro Guanabara, vila que ficava então atrás da sede do clube. Tamanha paixão fez Chico ser preso em 1915, num Fluminense x America, por brigar com um rival. Mas seu espírito foi grandemente exaltado como sinônimo de amor ao clube. Finalmente, em 2021, a FluTV produziu a série “Herdeiros de Chico Guanabara” em 12 episódios, contando sua história e de outras personalidades negras e tricolores.

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Escola da Série Bronze, Guerreiros levará grandes tricolores negros à avenida – Divulgação

“A sapiência da FluTV em criar essa série serviu para desmitificar a história de que só havia racismo no Fluminense. Afinal, ele existia em toda a sociedade”, ressalta Gian, citando a websérie como fonte de inspiração para a criação de um vasto enredo e também para quebrar paradigmas:

“Em 35 minutos de desfile, será complicado contar tudo… Mas, quando se olha para a arquibancada, há uma legião de tricolores negros. Vamos exaltar os grandes bambas do samba, como Cartola, Donga, Noca da Portela… Todos tricolores. São protagonistas do Fluminense nos campos, na cultura e em todos os espaços de empoderamento. Rótulos negativos se quebram com ações e políticas afirmativas. É uma forma de fazer as pessoas refletirem sobre esse o racismo, esse problema crônico brasileiro”.

Conheça o samba-enredo da Guerreiros Tricolores:

Chico, negro herói da Guanabara
Retinto guerreiro, um pioneiro
Ginga, malandro, capoeira
Fez de Laranjeiras o seu terreiro
Fluminense no gramado
Corre o sangue encarnado
Herança africana é tradição
No povo preto, acendeu uma paixão.

Desceu do Retiro, valente temido
O lenço torcido, navalha no cinto
Batalhas e cantos seu grito ecoou
Vestiu a camisa e se eternizou

Foi sentinela
Semente do samba que Donga gerou
Cartola, Mangueira, favela
Noca da Portela, Selminha encantou
Meu caro amigo, desculpe dizer
Quem nasceu tricolor
Já nasceu pra vencer
Sorriso no rosto, mistura essência
No grito do gol a raiz, resistência

Vai passar nessa avenida um clube popular
De todas as cores, com pé no samba
Que se orgulha da sua gente bamba

Vai passar nessa avenida
Um clube popular
De tantas glórias e tantas vitórias
Que tem orgulho da sua história

Compositores: Alexandre Araújo, Guilherme Salgueiro, Rodrigo Gauz e Léo Peres

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