A surfista americana Caitlin Simmers se tornou a campeã mundial mais jovem da história do esporte ao vencer o WSL Finals na última sexta-feira (6). Ela participou de entrevista coletiva neste sábado (7) e falou sobre a sensação de alcançar este feito incrível.
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Simmers iniciou a conversa falando sobre os costumes que tem antes de entrar na água. Quando perguntada sobre o estilo de música preferido, a americana dividiu a resposta em duas partes.
– Decidir qual música eu escutaria antes do evento começar foi uma parte importante do dia. Pensar se queria ouvir um estilo agitado para me deixar ligada ou algo mais calmo porque o dia seria muito intenso. Antes da primeira bateria das finais, eu estava ouvindo músicas com batidas mais aceleradas. Depois que comecei perdendo, entrei em pânico e coloquei músicas mais calmas. Foi aí que organizei as ideias, pois tinha que fazer isto em 30 minutos – explicou.
Caitlin faz parte de uma nova geração do surfe feminino e, mesmo com apenas 18 anos de idade, se tornou campeã mundial da WSL.
– Obviamente, sou uma grande apoiadora do surfe feminino. Foi legal fazer parte desta temporada. A etapa de Pipeline (vencida por Simmers) foi sensacional, enquanto a do Taiti foi uma loucura. As meninas estavam testando os limites do surfe pegando tubos. Tem um fator de medo pois, mesmo que as ondas estejam grandes, eles (organização da WSL) colocam as meninas na água. Nós também queremos participar quando as ondas estão grandes. Foi incrível terminar a temporada da maneira que consegui. Tenho a sensação que foi perfeiro terminar contra a Caroline Makrs pois ela estava me perseguindo o tempo todo e dificultou minha vida – comentou Simmers.
A brasileira Tatiana Weston-Webb poderia ter enfrentado Simmers na final, mas acabou eliminada na terceira bateria do evento. A americana comento sobre a possibilidade e elogiou a adversária.
– Tati é boa para caramba, então eu estava com medo! Mas tentei não prestar muita atenção em quem eu enfrentaria. Não mudaria minha estratégia conforme a adversária. Para ser sincera, eu queria tirar meu foco do campeonato durante o dia e só voltar a focar minutos antes das minhas baterias – disse a americana.
A eliminação de Simmers nas Olimpíadas Paris 2024 foi surpreendente, mas a atleta se mostrou madura para superar a adversidade.
– Você se acostuma com os altos e baixos nas competições aprende a não basear o nível de confiança no resultado do evento anterior. As vezes, tenho dificuldade para retomar minha confiança depois de uma derrota como aquela (Olimpíadas), foi muito duro. Se você vai se tornar atleta, precisa saber lidar com isso. Só porque teve um resultado ruim, não significa que vai se dar mal o tempo inteiro. É preciso entender que está lidando com o oceano. Ele não liga pra o que você tinha planejado e vai te entregar algo completamente diferente. Venho aprendendo a lidar com isso nos últimos anos, ainda é muito difícil – analisou.
Caitlin é da Califórnia e conquistou um título mundial da WSL surfando em um dos picos que conhece desde jovem. Perguntada pelo ENM sobre isso, a atleta explicou que a situação a ajudou a se sentir em casa e tirou um pouco da pressão pelo resultado.
– A melhor parte foi dormir em minha própria cama. Sair para me divertir com meus amigos todas as noites e não pensar tanto no evento. Tudo era familiar ao meu redor e eu pude fazer o que estou acostumada a fazer. Foi muito confortável e definitivamente me ajudou. Poder acordar ontem, surfar uma distância de cinco minutos da minha casa casa para treinar e tomar café da manhã com os meus amigos foi relaxante. Foi tudo perfeito! – explicou a campeã mundial.
A promissora carreira de Caitlin Simmers foi interrompida quando a jovem tinha apenas 16 anos. Classificada ao tour pela primeira vez em 2022, a americana escolheu abrir mão da vaga, mas foi recompensada dois anos mais tarde com o título mundial em Trestles.
– Foi uma decisão relevante. Tudo o que fiz até este momento me levou ao título. Não acho que afetaria tanto (participar da temporada em 2022), não acho que mudaria. Fico feliz que tomei esta decisão e pude passar passar um ano a mais em casa e administrar o momento. Foi bom para o meu surfe não pensar no que os juízes pensam sobre as manobras. Penso que é fundamental surfar sem competir, porque isso define seu estilo. Quando se pensa em julgamento, o surfe fica um pouco restrito, então gosto de surfar sem competição para fazer o que quer nas ondas – falou Simmers.
Com o resultado, Caitlin Simmers se tornou a segunda americana a conquistar o WSL Finals. Em 2023, a campeã mundial foi Caroline Marks. Agora, a decisão do surfe de 2025 será disputada nas ondas de Cloudbreak, em Fiji.