Atletas nascidos em Cuba fecham pódio do salto triplo representando países europeus
Arthur Brito
Atletas nascidos em Cuba fecham pódio do salto triplo representando países europeus

Nas Olimpíadas de Paris 2024, o pódio do salto triplo masculino chamou atenção pelo fato dos medalhistas serem todos ex-atletas da delegação cubana. O país, com uma trajetória marcada por uma longa tradição em Jogos Olímpicos, teve sua pior colocação nesta atual edição e tem visto um fenômeno recente de alguns atletas atuando por delegações de outras nacionalidades. Jordan Díaz Fortun conquistou o ouro pela Espanha, Pedro Pichardo garantiu a prata para Portugal e Andy Díaz Hernández trouxe o bronze para a Itália. Todos estes atletas já vestiram as cores de sua terra natal em alguma competição de atletismo, seja em mundiais ou Olimpíadas. O representante da delegação cubana na competição, Lázaro Martínez, finalizou a prova na oitava colocação.

Jordan Díaz Fortun

O promissor atleta olimpico nasceu em fevereiro de 2001, na cidade de Havana, capital de Cuba, e é o mais jovem dentre seus três conterrâneos que subiram no pódio. Jordan defendeu a delegação cubana até novembro de 2022, tendo conquistado os Jogos Olímpicos da Juventude e o mundial sub-20 de salto triplo em 2018, o mundial sub-18 em 2017 e a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2019.

Em 2021, o atleta passou a treinar com um grupo de saltadores comandados pelo treinador espanhol Ivan Pedroso em Guadalajara, na Espanha, e, pouco mais de ano depois, solicitou sua naturalização pela Espanha, tornando-se elegível para disputar competições internacionais pela delegação em junho de 2024. Logo no seu primeiro campeonato europeu, Jordan Díaz saltou 18.18m, quebrando o recorde nacional, e conquistou a medalha de ouro na modalidade.

Pedro Pichardo

Nascido em junho de 1993, na cidade de Santiago de Cuba, o atleta luso-cubano é o mais velho dentre os medalhistas e quem há mais tempo defende sua nacionalidade europeia. Pedro Pichardo possui um vasto currículo profissional, contando com feitos por ambas as delegações. Por Cuba, o atleta disputou as Olimpíadas do Rio em 2016, foi ouro no mundial júnior de 2012, ouro nos jogos Pan-Americanos de 2015 e prata nos mundiais de 2013 e 2015.

Em 2017, após desentendimento com a Federação Cubana de Atletismo por sua relação com seu pai e treinador, Jorge Pichardo, Pedro desertou-se do país e passou a viver em Portugal, assinando contrato com o Benfica e conseguindo se naturalizar ainda no mesmo ano. Contudo, o atleta soi foi liberado a representar a bandeira portuguesa em competições internacionais em agosto de 2019. Por Portugal o atleta já foi medalah de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, campeão mundial em 2022, bicampeão da liga diamante em 2018 e 2021, ouro no campeonato europeu de 2022, dentre muitas outras conquistas.

Pedro Pichardo também detém os recordes de salto pelas duas bandeiras, 18.08m por Cuba e 18.04m por Portugal.

Andy Díaz Hernández

O medalhista de bronze ítalo-cubano também nasceu na capital cuabana, assim como Jordan, em dezembro de 1995. Andy Díaz deixou seu país natal em 2021, porém ainda conquistou a medalha de ouro da Diamond League em 2022 com as cores da bandeira cuabana. Além disso, o atleta também conta em seu currículo por Cuba uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos em 2019 e se recusou a participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 com a delegação.

Em fevereiro de 2023, o atleta conseguiu sua cidadania italiana e tornou-se elegível a fisputar competições internacionais pela azzurra em agosto de 2024. Desde então, Andy Díaz conquistou, além da medalha de bronze nesta edição dos Jogos Olímpicos de Paris, uma medalha de ouro na Diamond League 2023.

Outros casos

No total, 21 atletas nascidos em Cuba defenderam outros 12 países em Paris 2024. Alguns exemplos são Wilfredo León e Melissa Vargas, que defendem as seleções de vôlei masculino e feminino de Polônia e Turquia, respectivamente. Além disso, há o lutador greco-romano Yasmani Costa que conquistou a medalha de prata defendendo o Chile, após ser derrotado na final pelo lendário atleta cubano Mijain Lopez. No boxe, também há alguns casos, como Loren Berto Alfonso, prata pelo Azerbaijão, Emanuel Reyes, bronze pela Espanha e Javier Ibañez, bronze pela Bulgária.

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