Após receberem provas de John Textor, senadores veem indícios suficientes para começar investigações
CPI
Após receberem provas de John Textor, senadores veem indícios suficientes para começar investigações

Após o depoimento de John Textor, que teve mais de quatro horas de duração, durante a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, ele entregou documentos aos senadores durante a sessão secreta. Depois disso acontecer os senadores se expressaram. 

Jorge Kajuru (PSB-GO), afirmou que ele apresentou fortes indícios, suficientes para que seja iniciada uma investigação. 

– Tivemos conhecimento de diversos indícios, não queremos falar ainda em provas. Indícios importantíssimos, não participamos de mais de uma hora sem conteúdo, pelo contrário, teve conteúdo. Só temos a agradecer a toda a equipe, com gente qualificada, sem fazer acusações, apresentando tudo, com detalhes, com riqueza, mas que consideramos como indícios. Não se tratou apenas do CEO do Botafogo vir aqui só trazer fatos ou indícios envolvendo seu clube, ele falou de outros jogos, mostrou outras imagens. Temos indícios suficientes para investigarmos profundamente e independentemente e chegarmos a conclusão de quem mais queremos nas próximas reuniões – disse Kajuru.

Jorge Kajuru também falou sobre as pessoas que debocham dos relatórios da empresa “Good Game!”,  que foi contratada por John Textor, e tem um mecanismo de inteligência artificial. 

– Apenas dizer aos jogadores, técnicos, dirigentes, árbitros, enfim, todos os envolvidos que podem ser amanhã investigados ou condenados, que prestem bem atenção nessas duas palavras: inteligência artificial. E quero dizer que termos indícios não significa que nós não poderemos ter provas, é importante deixar isso bem claro – finalizou Kajuru.

Textor apresentou documentos da empresa “Good Game!”. O senador Eduardo Girão (NOVO-CE) afirmou que também tem um conteúdo sobre os erros de arbitragem e procedimentos do VAR e ainda cobrou uma ação da CBF. 

– Os indícios transcenderam a questão do comportamento dos jogadores, foram também para a questão do VAR, da análise de imagens supostamente negadas e que precisamos entender porque que isso aconteceu, entender o que a CBF tomou de providências em relação ao que vimos, em termos de punição, inclusive. Estamos aqui para proteger o futebol brasileiro e buscar a verdade – disse Eduardo Girão.

O senador Carlos Portilho (PL-RJ), que trabalhou como advogado desportivo, ficou muito “espantado” com a falta de atitudes da CBF e do STJD após ter tido acesso aos conteúdos entregues por John Textor durante a reunião secreta no senado, que prestou depoimento durante a tarde.  

– Ele é um mensageiro. A todos aqueles que nos assistem, que tenham denúncias para fazer, que essas denúncias ao menos tenham indícios, e há indícios, elementos técnicos apresentados pelo John Textor, há conteúdo. Me espanta como a CBF, que é a maior responsável pela integridade do futebol do Brasil, não foi a fundo. Como é que o STJD, que tem excelentes advogados contratados como auditores, não foi a fundo nisso. Há elementos técnicos, há conteúdo, há razões para investigar – afirmou Portinho ao encerramento da sessão.

– O que o John Textor nos trouxe aqui podem não ser provas concretas, mas não tenho dúvida de que é fundamental que sejam essas investigadas para preservação da integridade e, para aqueles que pensem em fraudar resultados esportivos, desistam. Aqui, se todo ano tiver que abrir uma CPI, vamos estar aqui. Hoje, o que nos traz a inteligência artificial, a tecnologia… Quem resistir à tecnologia será atropelado pela história. Deve ser dado crédito a todo material aqui produzido, como nós daremos – disse o senador.

Portilho ainda revelou que os relatórios e vídeos apresentados apresentados pelo acionista d SAF Alvinegra dizem respeito à arbitragem, mais especificamente ao VAR, ele sugeriu que as imagens que foram disponibilizadas ao publico podem ter sido editadas. 

– Se você (Textor) estiver 100% certo ou 100% errado, já valeu, porque vamos sair dessa CPI com diagnóstico e propostas para melhoria do futebol brasileiro. Aprovamos a Lei das Apostas, mas o Estado ainda não está preparado para combater a manipulação. O que você nos traz é no mínimo um alerta, uma advertência, de que o Governo, a Polícia Federal, o MP e as confederações precisam se preparar rápido, porque há casos de má interpretação da regra do jogo, há casos de edição do VAR, do que é passado na TV e há casos de comportamento de atletas que eu, sozinho, considero um indício – completou Carlos Portinho.

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