Diretor do Vasco, Alexandre Mattos fala sobre vetos da 777 a reforços: ‘A palavra final não é minha’
Foto: Leandro Amorim/Vasco
Diretor do Vasco, Alexandre Mattos fala sobre vetos da 777 a reforços: ‘A palavra final não é minha’

A apresentação de Victor Luís e de Adson, realizada nesta terça-feira, em São Januário, foi palco para questionamentos dos jornalistas em relação à política de contratações do Vasco em 2024. Mattos, dirigente de futebol do clube, esteve presente na coletiva para conversar sobre o assunto, deixando claro que quem toma a decisão final é sempre a empresa americana. Além disso, pediu paciência aos torcedores e disse que o trabalho está sendo feito para chegar na melhor solução para o cruzmaltino.

– Eu vim para o Vasco sabendo que há uma nova ordem no futebol, uma SAF, que é uma empresa. E a empresa ela toca o clube como uma empresa. Obviamente futebol tem algumas particularidades que precisam ser ajustadas com o tempo, principal delas talvez seja a tomada decisão com risco – disse.

– No futebol brasileiro o risco faz parte de tudo, a gente trabalha com seres humanos, não máquinas. O risco faz você recuar ou não. No caso de uma empresa, ela quer o menor risco possível. No futebol às vezes você arrisca um pouco mais, o resultado pode vir ou não vir. Você tem que ter saídas e organização para que isso não cause problemas – explicou.

Em uma longa abordagem, divida em partes, Alexandre Mattos tocou nos assuntos torcida, futebol e profissionais responsáveis.

– Eu tenho três grande desafios aqui. Primeiro: comunicação correta para o torcedor. Sei que o torcedor vem de 20 anos sofrendo com essa situação, querendo o Vasco protagonista, o Vasco na página dos campeões. Tenho que comunicar com muita transparência o que é o objetivo. Ele compreender isso não significa que não vai pressionar, querer títulos e criticar. Mas quando ele sabe o projeto, compreende às vezes algumas tomadas de decisões que pareciam incompreensíveis.

O diretor-executivo entende que a empresa está chegando ao mercado brasileiro agora e conta com a colaboração da comissão técnica para fazer um bom trabalho. Ramón e Emiliano revezam as coletivas pós jogo mas os dois têm um objetivo claro: a chegada de mais reforços. A dupla fala sobre isso constantemente e espera que a diretoria chegue a um denominador comum com a 777.

– É uma empresa que ainda está conhecendo o futebol brasileiro. Você vê a mudança que foi do início para o meio do ano. Essa empresa ainda está absorvendo bastante o perfil dos jogadores que são daqui para de outros mercados do mundo – analisou

– O objetivo do Vasco esse ano é ficar na primeira página do Campeonato Brasileiro. Queremos ser campeões? Claro. Mas o objetivo é estar melhor do que ano passado, não passar o sufoco do ano passado. Muitas vezes tem limitações de perfil, de orçamento, de números. Se analisar, o Vasco já contratou 9, 10, incluindo jogadores que já estavam e tivemos que comprar. É um número relevante para a 777. Isso tudo que precisa ser compreendido.

Agora comentando sobre a própria comissão técnica, Mattos tenta acalmar os ânimos.

– Segundo desafio: a ansiedade que tem da comissão técnica. Nosso treinador é extremamente vitorioso. Eu preciso estar ali no meio tentando apaziguar, às vezes vejo as comunicações de que precisamos contratar e precisamos mesmo. Acabamos de perder dois jogadores. Essa ansiedade é de todos, minha também.

– Terceiro ponto: a minha ansiedade. Sou conhecido no mercado pela agilidade, agressividade, por montagem de elencos que foram quatro vezes campeões brasileiros, vice-campeão da Libertadores… –

Alexandre faz um esforço para manter uma boa relação com a 777 e tenta fazer apelo à torcida que apoie a construção de equipe que está em andamento.

– Tenho que entender que a palavra final não é minha. Eu direciono alguns caminhos que eu faria. Alguns são aceitos e outros não. Às vezes coloco algumas necessidades, e eles dizem “não”. Tenho que compreender isso e bola para frente.

– Eu estou no Vasco há 30 dias, não vou conseguir resolver o Vasco em 30 dias. De novo: entendo a crítica e a cobrança. Mas precisa entender o objetivo. O Adson foi um montante importante, jogador de 23, 24 anos. Se talvez se tivesse outro perfil, talvez esse dinheiro iria em dois, três jogadores de 30, 31 anos. Se não vai sempre achar ruim, vai sempre estar sofrendo. Precisamos definitivamente dessa compreensão do que é uma empresa dentro do futebol. Organização, gestão, planos de médio a longo prazo. Não quer ganhar para ontem, querem ganhar organizado. Outra coisa que sei que incomoda: às vezes rivais que não tem essa mentalidade de gestão fazem movimentos diferentes. Sim, cada um tem que analisar o seu umbigo. O Vasco tem um projeto que ainda vai se solidificar, e isso vai levar um tempo. – Dando sequência ao diálogo

O Vasco vendeu jogadores importantes e ainda teve o azar de perder dois volantes por lesão em um espaço de poucos jogos. Paulinho e Jair romperam o ligamento do joelho e devem perder boa parte do ano. Mattos sugeriu jogadores, somando ao elenco e ocupando esses buracos.

– Em menos de 24 horas já dei 2, 3 opções. Estou esperando aprovar. Se aprovar, virão. O que é aprovar? Perfil. “Ah o jogador é bom de elenco”. Quantidade. “Não, três não, vamos trazer dois, um”. Orçamento, aí temos nosso CEO para falar. Claro que essa organização é fundamental e correta. O que precisamos novamente é ajustar para a realidade do futebol brasileiro se não a gente perde competitividade. Eu já disse isso internamente. Está lá. Se aprovarem, se acharem que é interessante. E se não aprovarem também, tudo certo. A gente vai seguir com o que tem, temos bons jogadores no elenco. É assim que vamos levar.

Para finalizar a coletiva, Mattos deu um panorama geral sobre suas ideias para comprar atletas.

– O Vasco fez um investimento grande, que é o que precisa ser feito para tentar conseguir resultados, protagonismo, que é o objetivo principal. Ter o crescimento ano a no. Em relação a números, é uma coisa muito interna. Mas cabe a mim ter também criatividade. Nem sempre precisa de investimento para trazer um bom jogador, às vezes vem por empréstimo, enfim. Tem que ter criatividade. A minha função e obrigação é passar opções: comprando, não comprando, experientes mais jovens, empréstimos com obrigação, sem obrigação. Hoje o “sim” ou “não” não está na minha alçada. Está tudo certo. O importante é o Vasco estar organizado e as coisas acontecerem. Todo mundo precisa entender como que é o projeto, isso precisa estar bem claro.

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