Dono da SAF do Botafogo, John Textor também afirma que a integridade do Campeonato Brasileiro foi corrompida por erros de arbitragem
Dono da SAF do Botafogo , John Textor publicou um longo texto em seu site na tarde desta sexta-feira. O empresário afirma que a integridade do Campeonato Brasileiro foi corrompida por erros de arbitragem. Além disso, divulgou uma análise sobre os jogos do Brasileirão para se defender sobre denúncias do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva).
Em nota divulgada no próprio site, John Textor esclareceu que não chamou Ednaldo Rodrigues de corrupto e que o termo utilizado por ele teve um erro de tradução da língua inglesa para o português.
– Após o jogo entre Botafogo e Palmeiras, meus comentários criaram discussões significativas no tópico de corrupção, o que é entendível porque a abreviação do “soundbite” [frase de efeito, em tradução livre] é o tipo de declaração carregada por emoção e controvérsia que é o conteúdo perfeito para distribuição difundida, ainda mais nas mídias sociais. Com isso, quero deixar claro que não fiz acusações de corrupção financeira, não fiz alegações contra Ednaldo Rodrigues ou qualquer outra pessoa e deixei claro que o termo “corrupt” é usado muitas vezes na minha língua.
Textor reforçou que encomedou um estudo para analisar os jogos com os erros de arbitrtagem. O norte-americano publicou uma tabela de “pontos justos”, onde o Botafogo teria 18 pontos a mais que o Palmeiras, atual líder do Brasileirão.
– Apesar de não ter feito acusações de corrupção financeira, eu acredito que a integridade do Brasileirão 2023 esteja corrompida por erros e abusos de processos. Eu acredito convincentemente que tantos erros de arbitragem resultaram em perda de pontos para o Botafogo (e outros) e adição de pontos para rivais chaves que nos perseguem.
– Espero ansiosamente a oportunidade de me encontrar com o Tribunal Superior de Justiça Deportiva de Futebol para esclarecer tanto o sentido como a intenção das minhas declarações públicas. Vou apresentar, na minha defesa, uma análise abrangente e independente dos erros de arbitragem do Brasileirão 2023 (entregues para análise pelo STJD, antes da divulgação pública). A análise foi preparada usando o método REF-EVAL – desenvolvido ao longo de 15 anos de análise de dados de desempenho de jogadores e árbitros, fornece mais de 99% de respostas corretas em todas as situações de árbitro. O método aproveita algoritmos complexos da inteligência artificial (IA) para identificar tudo o que é chamado de IRD (Decisão Incorreta do Árbitro) para se opor ao CRD (Decisão Correta do Árbitro). Essa análise, que vou apresentar na audiência da STJD, demonstra de forma convincente que a integridade e os totais de pontos do nosso Brasileirão de 2023 foram materialmente corrompidos – finalizou.
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Entrevistas
Eu não estava falando somente do cartão vermelho no jogo contra o Palmeiras, mas de uma série de decisões e ações (de árbitros e dirigentes) que desafiaram seriamente a nossa liderança em 2023
Eu estava me referindo aos resultados que foram corrompidos por erros significativos e processos que foram contaminados por uma mentalidade arrogante ou corrupta
Eu me reservo o direito de questionar decisões e processos, no meu idioma, nas palavras que eu escolher – e vou fazer isso sem afetar a honra ou a integridade de indivíduos – com o objetivo de melhorar o futebol brasileiro
Meu apelo para o senhor Rodrigues renunciar certamente foi no momento da emoção, depois de uma série de erros de arbitragem e decisões da CBF que eu acredito terem afetado o Brasileirão de 2023. Meu apelo pera renúncia dele não estava ligado a minhas frases sobre corrupção, apenas ao meu pensamento de que o líder de uma organização deve ser responsável pelas falhas da organização. Como costumam dizer nos esportes, “se o time está perdendo, o técnico deve sair” – e eu acredito que a CBF não conseguiu garantir qualidade, consistência e responsabilidade entre seus árbitros
Dito isso, nunca encontrei o senhor Rodrigues e certamente não é justo que eu peça a renúncia dele, nunca tendo discutido com ele sobre os planos dele para a evolução do futebol no Brasil. Eu entendo que ele manifestou seu esforço para limpar a corrupção (como definida normalmente) no Brasil e foi inapropriado da minha parte apelar pela renúncia sem ter conhecimento direto das intenções dele
Finalmente, eu aguardo ansiosamente minha ida ao STJD para esclarecer o significado e a intenção das minhas entrevistas. Eu vou apresentar, em minha defesa, uma análise independente dos erros de arbitragem do Brasileirão de 2023 (para ser entregue ao STJD, antes da divulgação pública). A análise foi preparada usando o método REF-EVAL, que, desenvolvido ao longo de 15 anos analisando dados de performance de jogadores e árbitros, fornece mais de 99% de decisões corretas em todas as situações da arbitragem. O método REF-EVAL utiliza algoritmos complexos de inteligência artificial para identificar as chamadas Decisões Incorretas de Arbitragem, em oposição às Decisões Corretas de Arbitragem. A análise, que vou apresentar no depoimento ao STJD, demonstra de forma convincente que a integridade e o total de pontos do Brasileirão de 2023 foram materialmente corrompidos.”
Corrupção no futebol
O que eu sei sobre corrupção global é que ela existe. O que sei sobre o nosso jogo no Brasil é o que me dizem a liderança na CBF, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que temos corrupção no nosso jogo. Nesta mesma temporada de 2023, o MJSP e a CBF alegaram que forças poderosas e empresas de apostas influenciaram os jogadores a alterar sua tomada de decisão durante os jogos. Eles lançaram formalmente uma investigação em MATCH-FIXING em maio de 2023.
Eu, portanto, assumiria, e acharia difícil de acreditar, que essas forças não limitam suas tentativas de suborno apenas aos jogadores, uma vez que há muitas pessoas em posição de influenciar o resultado de um jogo. Este não foi o assunto dos meus comentários, mas aceito com toda a sinceridade que o nosso presidente do CBF ter se comprometido a combater a corrupção, em todas as suas formas. A alegação de corrupção é da competência do presidente do CBF e do MSJP… e não é para eu ter uma opinião sobre isso, sem qualquer evidência. Gostaria, no entanto, de sugerir com respeito que nem eu, nem o Botafogo, sejam punidos por fazer referências públicas à corrupção que já fazem parte de um debate público (e investigação) lançado pela própria CBF.”