Raven Saunders durante a competição de arremesso de peso em Paris
BEN STANSALL/ AFP
Raven Saunders durante a competição de arremesso de peso em Paris

A atleta norte-americana Raven Saunders , do arremesso de peso, voltou aos holofotes nas Olimpíadas de Paris 2024 ao aparecer com o rosto coberto com uma máscara preta durante as classificatórias . Vice-campeã olímpica nos Jogos de Tóquio 2020, a estadunidense já havia disputado a última edição com uma máscara do Hulk. 

De acordo com Saunders, a sua ideia era atrair atenção para o arremesso de peso. "Queria tentar atrair os olhares, colocar nossa modalidade no foco", contou a americana após a prova. "Somos arremessadoras de peso, mas temos nosso próprio estilo. Podemos fazer as coisas de maneira tão grandiosa como os velocistas e merecemos atenção", continuou.

Saunders, porém, não é conhecida apenas por tapar o rosto. A estadunidense é uma das poucas pessoas não binárias nesta edição dos Jogos Olímpicos e possui uma história de superação.

Aos veículos de comunicação dos Estados Unidos, Saunders contou que já pensou em tirar a própria vida. “Era jovem, negra e gay. Há muitos estigmas em torno disso e cheguei a pensar que não encontraria uma saída. O atletismo me distraía, mas os problemas persistiam. Estava dirigindo e isso passou pela minha cabeça”, disse a atleta em 2018, então com 22 anos. 

Em seu relato, Saunders conta que pensou em bater o carro, mas que enviou uma mensagem para a sua terapeuta e mudou de ideia. "O fato de minha terapeuta ter respondido àquela mensagem enquanto eu estava no carro foi um ponto de virada que mudou minha vida", declarou.

Com o apoio terapêutico e da ajuda de familiares, Saunders se tornou uma das vozes importantes na luta dos direitos LGBTQIA+. Ao subir no pódio em Tóquio, a atleta levantou e cruzou os braços em forma de "X", explicando que estava representando "todas as pessoas do mundo que lutam e não têm uma plataforma para fazer ouvir suas vozes".

Saunders volta a competir em Paris após 18 meses de suspensão. Em 2022, os agentes de controle antidoping tentaram encontrá-la em três oportunidades, mas não conseguiram. Assim, ficou definida a suspensão por um ano e meio. Apesar do longo tempo fora dos torneios, a norte-americana voltou em alto nível e se classificou para a final em Paris. 

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