Um dos principais nomes da ginástica artística mundial, Rebeca Andrade chega como favorita ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris. Em entrevista exclusiva ao iG Esporte, a brasileira afastou a pressão por medalhas, pregou foco no bom desempenho e destacou a importância da saúde mental.
"Não me coloco pressão. Não me deixo levar por isso, se sou ou não favorita. Não penso assim. Deixo isso para a mídia, deixo as expectativas do lado de fora do ginásio. É algo que não posso controlar. Meu foco, minha cabeça e minha concentração estão em fazer o meu melhor, em entrar nas provas para fazer bem o que treinei", iniciou Rebeca Andrade.
"Fiz uma ótima preparação, não só eu, mas as meninas também, e estamos muito felizes, muito bem para as Olimpíadas. Espero que a gente esteja em bons dias e possamos fazer o nosso máximo. Não posso prometer medalhas porque isso não está ao meu alcance. Claro, viemos para brigar por medalhas, lutar pelo melhor resultado possível para o Brasil e é só nisso que estamos pensando", afirmou.
Apesar da puxada rotina que a vida de uma profissional de alto rendimento exige, Rebeca ainda encontrou tempo para cursar psicologia. A ginasta relembrou quando o cuidado com a parte mental passou a fazer parte de sua rotina, e destacou a importância deste aspecto.
"Desde os meus 13 anos eu faço o acompanhamento com a minha psicóloga, a Aline. E fez muito bem para mim. A psicologia me fez entender melhor determinadas situações, me manter calma e me preparar para muitos momentos. Já são mais de dez anos com a Aline ao meu lado e tenho certeza de que, se não tivesse seguido por esse caminho lá atrás, muitas coisas não teriam acontecido, eu não estaria pronta para enfrentar muitas coisas", disse a ginasta.
Questionada sobre as possíveis diferenças entre a "Rebeca das Olimpíadas de Tóquio" e a "Rebeca das Olimpíadas de Paris", a atleta brincou e disse não sentir nada de tão diferente, destacando apenas a experiência.
"Não sinto que mudei em nada. Pelo menos eu acho... (risos). Acho que o que mudou na verdade foi que são três anos de diferença, vindo de Jogos em que conquistei medalhas importantes para o nosso esporte, então estou mais experiente, num momento muito bom da minha carreira e feliz por poder representar o Brasil em Paris", contou.
Durante a preparação para Paris 2024, Rebeca ficou fora da prova do solo no "Troféu Citta di Jesolo", na Itália, em abril, o que chamou atenção. A ginasta, no entanto, explicou a decisão de não participar da disputa na época.
"Antes de cada competição, eu e meu técnico, Xico, definimos o que é prioridade, o que é mais importante no momento. E isso implica em quais provas vou disputar ou se vou competir em todas as provas. Tudo tem a ver com o momento", explicou.
Ao ser perguntada sobre os planos para o futuro, Rebeca Andrade preferiu não fazer muitas projeções. A atleta disse que o foco total está no atual momento que está vivendo.
"Nesse momento, minha cabeça está 100% em Paris. É onde eu queria estar e onde quero brigar por medalhas para o Brasil. Estou pensando em um dia de cada vez. Não há nada mais importante nesse momento para mim do que as Olimpíadas", concluiu.
Medalhista nos Jogos de Tóquio, em 2020, Rebeca Andrade inicia seu caminho nas Olimpíadas de Paris a partir deste domingo (28).
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