Atual número 6 do ranking mundial, o mesatenista Hugo Calderano é um dos destaques da delegação brasileira nos Jogos Olimpícos de Paris 2024.
Em ótimo momento na carreira, Calderano chega às Olimpíadas com chances reais de conquistar um pódio, o que seria algo inédito para o tênis de mesa brasileiro. Em entrevista exclusiva ao iG Esporte, o atleta de 28 anos falou sobre esta responsabilidade, e se de alguma forma a pressão por um bom desempenho pode atrapalhar suas pretensões nos Jogos.
“Eu tenho bastante consciência da responsabilidade que eu tenho com o tênis de mesa brasileiro e com a torcida brasileira em geral (...). Eu trabalho muito para conseguir bons resultados para o Brasil, e claro que o objetivo maior de todos é conquistar uma medalha olímpica. Acho que com a minha evolução, com os meus últimos resultados, isso é uma realidade", pontuou Hugo Calderano.
“Eu não sinto tanto essa pressão exterior e, geralmente, consigo performar muito bem sobre ela. Ela existe, mas ao mesmo tempo, me ajuda a crescer. É tudo uma questão de preparação, de se concentrar no que você pode fazer, e não ficar pensando tanto nos seus adversários (...). Eu estou me preparando da melhor forma para ter as maiores chances possíveis de conseguir uma medalha e, quem sabe, um título olímpico”, afirmou.
Com relação à sua preparação nos últimos três anos, Hugo comentou que, desde Tóquio-2020, quando chegou às quartas de final e conquistou a melhor campanha olímpica do Brasil no tênis de mesa, tem se dedicado a aprimorar todos os aspectos de seu jogo. A evolução se deu tanto na parte física, como técnica.
“Acho que eu evoluí bastante a parte física, que é uma coisa que faltou um pouco em Tóquio. Eu não consegui manter a mesma intensidade durante a partida nas quartas de final. Então, com a minha equipe, traçamos esse objetivo de melhorar fisicamente. Trabalhei muito nesses últimos três anos, fiz muita musculação para ficar mais forte e conseguir manter uma regularidade e uma intensidade maior, por mais tempo. Tecnicamente, evoluí bastante a parte do jogo curto, e agora, considero um dos meus pontos fortes", disse Hugo.
"Sou um jogador mais sólido e mais regular (...). De Tóquio para cá, eu conquistei 11 títulos, sendo quatro continentais e 7 do circuito mundial. Com certeza, ajuda bastante você estar sempre ali, entre os melhores, disputando finais. Toda essa experiência vai me ajudar em Paris”, completou.
Por fim, ao ser questionado sobre o domínio dos chineses no tênis de mesa, e se podemos considerar que os asiáticos têm praticamente o ouro e a prata garantidos, Calderano foi firme e disse não entender desta forma.
Hugo admitiu que os rivais chineses são favoritos, no entanto, afirmou que a disputa do tênis de mesa em Paris será a mais acirrada das últimas edições das Olimpíadas.
“Eu não concordo com essa afirmação (de que o ouro e a prata já têm "donos"). Primeiro, porque eu não posso, né? (risos). Eu sou um dos adversários, um dos caras que querem e podem ganhar dos chineses. Segundo, porque não só eu, como vários outros atletas, já mostramos que é possível sim ganhar”, analisou.
“É claro que eles continuam sendo melhores do que nós, melhores do que todos os outros, mas você não precisa ser melhor para ganhar deles em uma determinada ocasião. Inclusive, já ganhei do Fan Zhendong (número 4 do mundo), que é um dos atletas que vai disputar as Olimpíadas pela China (...). Tudo depende da preparação. De todas as últimas (Olimpíadas), essa é a edição que tem mais atletas que podem surpreender, que estão jogando em nível altíssimo e que podem encarar os chineses de frente”, finalizou Hugo.
Veja abaixo galeria de fotos de Hugo Calderano:
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