Marieke Vervoort durante Paraolímpiadas do Rio
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Marieke Vervoort durante Paraolímpiadas do Rio

Marieke Vervoort surgiu para o mundo dos esportes nas paralimpíadas de Londres, em 2012, onde conquistou uma medalha e ouro e uma de prata no atletismo para deficientes físicos. A atleta se despediu do esporte no Rio de Janeiro, em 2016, com uma medalha de prata e outra de bronze. Entretanto, ela ficou mais conhecida pela sua luta contra uma  doença degenerativa incurável e está esperando para realizar eutanásia, na Bélgica.

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"Não quero mais sofrer. É muito difícil para mim, estou cada vez mais deprimida. Eu nunca tive esses sentimentos antes. Eu choro muito. Agora, até a minha visão está desaparecendo. O médico disse que não havia nada que ele pudesse fazer, porque o problema estava vindo do meu cérebro. Então, uma neurologista ficou comigo durante a noite toda enquanto eu tinha um espasmo após o outro. Ela disse que não era uma crise epiléptica, era apenas meu corpo gritando que estava em muita dor e que queria terminar com isso. Preciso da eutanásia ", revelou a atleta.

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Marieke Vervoort foi diagnosticada com tetraplegia progressiva, que começou em seus tendões e poderia, eventualmente, privá-la do uso de todos os quatro membros. Os médicos acreditam que tudo se originou a partir de uma deformidade altamente rara entre a quinta e a sexta vértebra. Isso a deixa com uma dor constante e angustiante.

Durante o tempo em que está no hospital, já escreveu cartas personalizadas para cada pessoa com que se preocupa para serem lidas quando o momento chegar. Ela sugeriu que sua passagem seja marcada com a abertura de uma caixa vermelha, a qual liberará borboletas brancas para o céu. Uma coisa ela tem certeza: o funeral não será em uma igreja. Nem mesmo o espírito natalino fez ela acreditar em um ser divino: "Se houver um Deus, deve ser um cara ruim para me punir desse jeito", diz Marieke, com as esperanças perdidas.

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Depois de uma pequena operação nesta sexta-feira, Vervoort irá voltar para casa para Diest, uma pequena cidade cerca de 65 quilômetros de Bruxelas, para o Natal. "Na véspera de Ano Novo, há um costume de comer 12 uvas, uma a cada segundo antes da meia-noite", diz ela com entusiasmo. "Então eles liberam 1.000 balões em uma rede. Agora estou com medo de ir sozinha, mas é o meu lugar favorito no mundo. Depois da eutanásia, quero que minhas cinzas se espalhem no oceano lá", completa se emocionando.


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