Nadadora medalhista olímpica critica desistência de Roma para Jogos de 2024
Além de Federica Pellegrini, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, também criticou o abandono, anunciado nesta semana pela prefeita
Por Ansa |
A nadadora italiana Federica Pellegrini, uma das maiores atletas da atualidade no país, criticou a decisão da prefeita de Roma, Virginia Raggi, de retirar a candidatura olímpica da capital para ser sede dos Jogos de 2024 .
"Como atleta, o 'não' da prefeita Raggi às Olimpíadas de Roma 2024 é uma decisão que faz mal. Não quero entrar no mérito porque não o conheço, mas em oito anos havia tempo para sistematizar as tensões políticas para poder levar para casa um evento que permanece como o mais importante em nível esportivo", disse Pellegrini à ANSA A "Divina", como é conhecida, foi a porta-bandeira da delegação italiana na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
PRIMEIRO-MINISTRO ATACA PREFEITA POR CAUSA DA DESISTÊNCIA
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, também fez duras críticas, mas diretamente à prefeita de Roma, Virginia Raggi, neste sábado, pela decisão de abandonar a candidatura para a capital italiana ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2024.
"O fato de dizer que não se farão as Olimpíadas por medo de corrupção é uma incrível admissão de incapacidade dos dirigentes daquela cidade. Não se param as grandes obras, se prende os ladrões. Se você diz 'não', tem medo, paralisa diante de um grande desafio e prefere não dar a cara, você escolheu o trabalho errado", disse o premier durante um evento de sua sigla, o Partido Democrático (PD).
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Raggi, que pertence à legenda populista e anti-governo Movimento Cinco Estrelas (M5S), informou na quarta-feira que iria abandonar a disputa olímpica. A desistência era uma das propostas de campanha da prefeita, mas por diversas vezes, ela havia afirmado que faria um referendo com os romanos sobre o tema.
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No entanto, durante este mês, as pesquisas mostravam um posicionamento extremamente favorável aos Jogos Olímpicos, diminuindo o ceticismo da época de campanha eleitoral.
Na primeira vez que falou sobre o tema, no dia 23, Renzi havia direcionado suas críticas ao M5S e disse que "respeitava" a decisão de Raggi mesmo sem fazer o prometido referendo. Mas disse que o partido "teria oito anos para organizar" a cidade e evitar possíveis roubos de dinheiro público.
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Segundo o premier, nos oito anos que antecederiam a realização do evento esportivo, seria possível fazer uma grande fiscalização dos gastos. "Se você tem oito anos pela frente e tem um mínimo de credibilidade e autoridade, você consegue caçar todos os ladrões", acrescentou.
"O dinheiro das Olimpíadas poderia ser colocado na periferia de Roma se você fizer os Jogos, se não, esse dinheiro vai para as periferias de Los Angeles e Paris. Meu coração chora pelos postos de trabalho perdidos em Roma, pelas periferias de Roma", disse ainda o premier.
Criticando a postura do M5S, que também realiza uma festa nesse sábado, o líder do governo italiano afirmou que seu país está divido em dois: "entre aqueles que ficam vigiando das janelas e quem está na arena e que se vê que algo está errado, vai lá e muda".
Além das questões olímpicas, o sábado na Itália está marcado por grandes manifestações contra e a favor do referendo sobre a reforma constitucional, que deve ocorrer no final do mês de novembro. Do lado do "sim", está o PD de Renzi enquanto do lado do "não" está o M5S liderado por Beppe Grillo.