Ser patrocinado pelo Bolsa Atleta, programa do governo nacional voltado para o esporte, pode significar o início e a manutenção de uma carreira em alto nível. Segundo dados do Ministério do Esporte, 96% dos atletas olímpicos e paralímpicos brasileiros contemplados com o dinheiro público declararam não ter qualquer outro tipo de patrocínio. O relatório foi apresentado pelo coordenador do Bolsa Atleta, Mosiah Rodrigues, em palestra na Casa Brasil.
Rio 2016: Confira oito acertos e oito erros dos Jogos Olímpicos realizados no Brasil
O programa Bolsa Atleta , por exemplo, contempla 90,6% dos atletas brasileiros convocados para os Jogos Paralímpicos - 262 dos 289 da delegação. Entre os bolsistas estão os responsáveis pelas duas primeiras medalhas brasileiras: Odair Santos, prata no atletismo, e Ricardo Costa de Oliveira, ouro também no atletismo.
O programa concede bolsas que variam entre R$ 370 e R$ 15 mil, alcançado desde competidores estudantis a atletas de alto rendimento. No Rio 2016, o atleta do tiro esportivo Geraldo Rosenthal havia acabado de chegar da competição na Arena Deodoro e disse que sua carreira só existe por causa desse projeto. "Sem o patrocínio eu não teria me qualificado e não estaria aqui", comentou.
Paralimpíada: 64% dos medalhistas brasileiros tem até 30 anos e 71% são homens
Os números desde a criação
São mais de 17 mil atletas de todo o Brasil patrocinados pelo Bolsa Atleta desde 2005. Com mais de uma década de atuação, o programa concedeu mais de 43 mil bolsas, num investimento superior a R$ 600 milhões. Os valores permitem que os atletas se dediquem exclusivamente aos treinos.
"É uma ferramenta muito importante no dia a dia de todo atleta. Nosso papel é tentar garantir que o atleta tenha condições de se preparar bem para as competições mais importantes", afirmou Mosiah Rodrigues ao fim da palestra.
Confira: Movimento defende a realização simultânea de Olímpíada e Paralimpíada
Os investimentos do Bolsa Atleta, contudo, não se limitam a atletas olímpicos e paralímpicos. O programa, cujo edital foi divulgado no Diário Oficial, beneficia atualmente 6.152 atletas de todo País, incluindo modalidades não-olímpicas, e custará 80 milhões de reais aos cofres públicos nos próximos doze meses.