A Rússia está definitivamente banida dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro como punição por um programa de uso de substâncias proibidas que contou com apoio do governo do país, depois de fracassar em seu recurso no mais alto tribunal esportivo.
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A CAS (Corte Arbitral do Esporte) anunciou seu veredito urgente sobre o recurso contra a exclusão da Rússia do evento marcado para o período entre 7 e 18 de setembro, na capital fluminense. O julgamento foi realizado no Brasil.
O tribunal revelou que seus juízes decidiram que o IPC (Comitê Paralímpico Internacional) "não violou qualquer regra processual" na decisão de proibir a participação da equipe russa na competição. "Decisão de banir foi tomada de acordo com as regras do IPC e foi proporcional às circunstâncias", disse o tribunal em um comunicado oficial.
O Comitê Paralímpico da Rússia ainda pode entrar com um último recurso no tribunal federal da Suíça, embora seja improvável que o julgamento seja feito antes da abertura dos Jogos no Rio de Janeiro, comentou Alexei Karpenko, advogado representante dos atletas russos.
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A suprema corte suíça poderia intervir se considerar que houve abusos no processo legal, mas não julgaria o mérito das evidências, que levaram o painel da CAS a se declarar satisfeito com as comprovações de que as autoridades do país participaram do esquema de doping. O recurso russo não apresentou qualquer evidência que contradiz os fatos em que a decisão do IPC se baseou.
Assim como o COI (Comitê Olímpico Internacional), a entidade paralímpica mundial usou evidências de uma investigação da Wada (Agência Mundial Antidoping) sobre um programa de uso de substâncias proibidas orquestrado pelo Estado russo, que incluía o encobrimento de casos de resultados positivos que ocorreram entre 2011 e 2015.
As autoridades da Rússia também manipularam resultados de testes relativos aos Jogos de Inverno de 2014, em Sochi, trocando amostras de exames no laboratório oficial credenciado pela Wada. O IPC declarou que tinha evidências de testes de doping manipulados relativos a 44 atletas russos, incluindo 27 de competidores de oito esportes que fazem parte do programa paralímpico.
Dia triste para o movimento paralímpico
Philip Craven, presidente do IPC, lamentou a decisão do CAS: "Foi um dia triste para o movimento paralímpico mas nós esperamos também que seja um novo começo. A decisão sublinha a nossa forte crença de que o doping absolutamente não tem lugar no esporte paralímpico, e melhora ainda mais a nossa capacidade de garantir a justa competição em igualdade de condições para todos os atletas em todo o mundo", disse.
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Ainda segundo o dirigente, o resultado não pode ser considerado um dia de comemoração, já que todos têm uma enorme simpatia pelos atletas russos que agora vão perder os Jogos Paralímpicos Rio 2016.
Vale lembrar que o COI preferiu não adotar um punição tão dura para os Jogos Olímpicos do Rio. Ao invés disso, a entidade liberou cada confederação esportiva russa para definir se os atletas poderiam competir. Só as equipes de atletismo e de levantamento de peso do país foram completamente excluídas.
A Rússia encerrou a Olimpíada em quarto lugar geral no quadro de medalhas, com um total de 56, sendo 19 delas de ouro. Com sua exclusão da Paralimpíada, o IPC afirmou que agora vai redistribuir as 267 vagas que haviam sido garantidas para os atletas russos competir.