Bolt brilha, deixa Gatlin para trás e se sagra tricampeão olímpico nos 100m
Segundo colocado em Londres, o jamaicano Yohan Blake viu bronze ficar com canadense Andre de Grasse
O jamaicano Usain Bolt provou mais uma vez ser capaz de fazer o que qualquer outro atleta jamais conseguiu e justificou a alcunha de lenda do atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O astro sagrou-se tricampeão olímpico nos 100 metros depois de cruzar a linha de chegada em 9s81, o seu melhor tempo da temporada, na noite deste domingo, no Engenhão. Foi o primeiro homem da história a vencer a prova mais nobre do atletismo três vezes consecutivas.
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No momento em que o telão anunciou a final mais esperada do atletismo, os aplausos tomaram conta das arquibancadas. Os oito competidores avançavam pelo túnel como estrelas. Justin Gatlin, campeão olímpico em Atenas-2004, foi o único competidor vaiado. Os aplausos mais vibrantes foram todos para Bolt, anunciado como bicampeão olímpico.
Novamente, os gritos de "Bolt" soaram fortes. No momento do aquecimento final, Bolt acenou com o braço direito para as arquibancadas. Depois fez sinal de positivo. Novas vaias quando Gatlin teve seu nome foi anunciado.
O jamaicano mostrou descontração na largada, fez gracinhas colocando as mãos nos ombros. No momento de se posicionar, Bolt pediu silêncio com o dedo nos lábios e foi prontamente atendido. Um estádio em silêncio. Depois de 9s81, quando cruzava a linha de chegada, ele bateu no peito, certo da vitória.
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Não foi desta vez que o norte-americano Justin Gatlin teve a satisfação de vencer o seu maior rival nos Jogos Olímpicos. O velocista dos Estados Unidos até ficou emparelhado com Bolt durante alguns metros, aumentando a emoção da prova, mas o jamaicano abriu uma vantagem confortável perto do fim. Com 9s89, Gatlin faturou a medalha de prata. Curiosamente, o norte-americano tem a melhor marca da temporada: 9s80. Se tivesse repetido o desempenho, teria conquistado o ouro.
Segundo colocado em Londres-2012, o jamaicano Yohan Blake teve o seu melhor desempenho da temporada (9s93), mas terminou fora do pódio depois de ser superado pelo canadense Andre de Grasse, que surpreendeu ao registrar 9s91 no cronômetro - o melhor tempo de sua carreira. Veio em boa hora.
Assim que cruzou a chegada, Bolt começou seu show particular. Ajoelhou, rezou e apontou para o público. Deu beijos para a galera. Imediatamente começou uma espécie de volta olímpica, saudando os torcedores. Pegou o boneco dos jogos e desfilou como um troféu particular. Fazia gestos dizendo não acreditar no feito que havia acabado de realizar como tricampeão olímpico dos 100 metros.
O estádio e seu astro na mesma sintonia e dezenas de torcedores repetiam o gesto do raio, sua marca característica. Ganhou uma bandeira da Jamaica, que passou a ser seu manto. Posou para fotos, permitiu que tirassem selfies e aproveitou o momento histórico.
Cerca de uma hora antes, Bolt havia feito com tranquilidade a semifinal e já se mostrava muito à vontade na pista do Engenhão depois de ser o mais rápido das três baterias. O astro jamaicano tenta agora o tricampeonato olímpico nos 200 metros, e o primeiro passo será dado classificatória na terça-feira, entre 11h50 e 12h30.